Cerca de 40 famílias da zona rural de Oratórios estão se mudando para a área urbana do município, com medo da criminalidade (leia reportagem também na edição impressa desta FOLHA de amanhã, sexta-feira (11/1).
Entre 8 e 30/12, foram roubadas quatro residências e assaltados frequentadores de dois bares na vizinha Amparo do Serra, onde um homem morreu após levar um tiro e outros dois foram baleados. Todos os crimes foram na área rural, como noticia o jornal O Tempo de 10/1.
A própria Prefeitura oratoriense fornece um caminhão para transportar os móveis das famílias na mudança. Estamos dando todo o suporte necessário às famílias. Algumas querem a mudança, relatou o prefeito Carlos Roberto de Lima/PT ao jornal de BH. Quem não quer abandonar a casa trabalha na roça de dia, mas dorme na cidade.
De acordo com o sargento José Paulino Olevate, comandante da Polícia Militar (PM) na cidade – que tem menos de 5 mil habitantes, segundo a Prefeitura -, o que mais assusta a população é a violência que envolve os crimes. Os bandidos torturam as vítimas e as mantêm sob a mira de armas, no mínimo, por duas horas, enquanto vasculham as casas e levam o que encontram de valor. A cidade é muito tranquila e sem crimes. A motivação dessa onda de roubos é que os criminosos sabem que quem mora na roça guarda o dinheiro do 13º salário em casa, argumentou Olevate.
Já foram levados ao menos R$ 22.060 em dinheiro, R$ 7 mil em cheques, três celulares, duas motos, capacetes, cartões de crédito e débito, uma cela, uma motosserra e um pássaro.
Em 8/1, a PM prendeu os irmãos Márcio Eli Martins, 36 (com passagem policial por furto e porte ilegal de arma) e Luiz Antônio Martins, 38, suspeitos de integrar a quadrilha. Na casa de Luiz, havia duas toucas-ninja, um revólver roubado, munição e uma arma que uma das vítimas disse ter visto com um criminoso durante o roubo.
Estamos em pânico, nunca vimos isso por aqui, declarou um morador da zona rural de Oratórios, na Zona da Mata Mineira, que foi vítima, junto com a família, da ação da quadrilha. Ele contou que cerca de seis bandidos chegaram à sua casa quando todos estavam dormindo. Nos agrediram, deixaram tudo revirado e, depois de várias horas, levaram dinheiro e outros objetos, detalhou o homem com a condição de ter o nome preservado.
Na busca pela volta da tranquilidade na cidade, o vice-prefeito Ari Leal Soares (PSD) se reuniu com o Comando Estadual da Polícia Militar na Capital, em 10/1, para pedir reforço na segurança da cidade.
Enquanto isso, diariamente, os cinco militares do município fazem rondas noturnas na zona rural para inibir os crimes. Já a Polícia Civil de Ponte Nova espera concluir a investigação sobre os crimes neste mês e prender os homens da região suspeitos de compor a quadrilha já identificados.