A recém-eleita Diretoria da Associação dos Municípios do Vale do Piranga/Amapi divulgou nota em 26/12 solidarizando-se com a prefeita gramense, Alcione Lima/PP, no caso do processo por suposta improbidade administrativa, movido desde novembro pela Câmara de Santo Antônio do Grama.
"Sabemos do trabalho honesto feito pela gestora Alcione à frente da Prefeitura, exercendo o seu segundo mandato", diz a nota divulgada via Facebook. O secretário-executivo da Amapi, José Adalberto de Rezende, disse que a prefeita não solicitou o ato de solidariedade, encabeçado pelo presidente Gustavo Andrade/PR, prefeito de Guaraciaba.
De sua parte, Alcione aproveitou a assembleia de eleição da nova Diretoria da Amapi para divulgar documentos e fotos que, segundo ela, contradizem a acusação motivadora da instalação, nesse 21/11, de Comissão Processante pelo Legislativo gramense. Ela é acusada de uso indevido, entre 2013 e 2015, de bens e servidores municipais para fins particulares.
Esta FOLHA apurou que em 21/12 Alcione apresentou sua defesa prévia (com extensa documentação) perante a referida Comissão, integrada pelos vereadores Jairo Henrique Simão/PP (presidente), Herculano Barboza Amorim/PT do B (relator) e Marcílio de Melo Ventura/PP (membro).
A Câmara acatou a denúncia por 7 x 2, a partir de acusação protocolada em Juízo, em BH, em 4/10, pela procuradora Elba Rondino, da Procuradoria de Justiça Especializada no Combate a Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais.
Em 20/10, a prefeita publicou nota, nesta FOLHA, alegando que a denúncia apresentada no Tribunal de Justiça “descreve fatos falsos, o que será devidamente provado durante o processo”.
Entenda o caso
Em 6/10, esta FOLHA veiculou notícia de que, em 4/10, a procuradora Elba Rondino, da Procuradoria de Justiça Especializada no Combate aos Crimes Praticados por Agentes Políticos Municipais, protocolou, na 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça/BH, a denúncia contra a prefeita de Santo Antônio do Grama, Alcione, e seu marido, o vereador Júlio César Russo Lima/PSD.
Segundo a denúncia, entre 2013 e 2015, o casal teria “utilizado indevidamente bens e servidores municipais para fins particulares”. Registra-se que, em 21/1/2013, a Promotoria de Justiça de Rio Casca expediu recomendação para que Júlio se abstivesse de agir como se ocupasse cargos na estrutura do Executivo.
Noutra ocorrência, em 2015, teria havido ordem para não se anotarem horas trabalhadas pelas máquinas a serviço de Júlio e seus familiares. A denúncia – resultante de longo inquérito civil – detalha o uso supostamente irregular de veículos, entre outras condutas, havendo notificação do Ministério Público em 8/5/2015.
A procuradora Elba ainda relatou que, para “legalizar” o uso de mão de obra, Júlio conseguiu aprovar em 2015, enquanto presidente da Câmara, projeto de lei que regulamentou a cessão de equipamentos e operadores para serviços transitórios a particulares e entidades públicas.