O portal da Empresa Brasil de Comunicação/EBC publicou em 8/11, domingo, reportagem de Paula Laboissière (enviada especial da Agência Brasil) sobre a recuperação da cidade de Barra Longa, atingida pela enxurrada de rejeitos minerais vazados, em 5/11, de duas barragens da cidade vizinha Mariana. Na foto de Paulinho Carvalho, a retirada de barro em 7/11.
O prefeito de Barra Longa, Fernando José Carneiro/PMDB, estimou os prejuízos em cerca de R$ 12 milhões. "Perdemos escolas, pontes, estradas e casas", disse ele à EBC, mencionando o seguinte: 42 moradias foram danificadas e 90 famílias desabrigadas; e quatro pontes foram completamente destruídas, deixando alguns povoados isolados, especialmente o de Barretos.
Segundo a reportagem, a expectativa municipal é de que o Exército forneça ponte provisória para permitir o acesso a Barretos e comunidades vizinhas. Neste fim de semana, o contato só ocorreu através de helicóptero, levando cestas básicas, água e remédio, como constou da reportagem.
No povoado Gesteira, uma igreja com mais de 100 anos está danificada e atolada por barro que vai secando. Ao lado, “uma única casa ficou de pé", disse o prefeito, temendo “que a capela se desmanche quando for a hora da limpeza”.
Acompanhada do fotógrafo Antônio Cruz, a repórter Paula ouviu o aposentado Antônio Pedro da Costa, 71 anos, durante a retirada da lama que danificou a casa dele, na parte baixa da cidade, tomada pelo rio do Carmo na madrugada de 6/11.
"Vim pra Barra Longa com 9 anos. A última enchente que tivemos aqui foi em 1979, mas foi chuva, água mesmo. Dessa vez, foi só barro", contou ele, revelando que foi alertado às 2h da manhã e saiu de casa com sua esposa (nome não informado).
A comerciante Elísia Dantas, 51, manteve o bar, em trecho acima da área inundada, mas a casa de quatro quartos onde morava com os filhos e a neta foi tomada pelo barro. A família perdeu também dois carros e uma criação de galinhas.
"Essa catástrofe prejudicou gente demais. Perdemos praticamente tudo. Não tem condição nem de entrar em casa. Era uma casa boa, com sala, copa, cozinha, dois banheiros, varanda e terraço", contou ela à EBC.
A comerciante ainda não sabe se vai conseguir recuperar a casa. "Pode até ser que dê para limpar, mas tem que vir alguém para checar se há condições de a gente voltar mesmo. Não sabemos se abalou a estrutura", disse. Enquanto ninguém aparece, a família se divide entre casa de vizinhos, o salão comunitário da cidade e casa de parente.