Praticamente cinco meses após rompimento da Barragem de Fundão/Mariana, três diques construídos pela Samarco para conter rejeitos que poluem os rios Doce, Gualaxo do Norte e do Carmo não se mostram eficazes.
De acordo com o jornal Estado de Minas, o Ministério Público Estadual salientou que os danos às bacias hidrográficas “seguem ininterruptos” e, no momento, há discussões sobre medidas judiciais a serem tomadas para impor que a Samarco tome as devidas providências.
Ainda segundo a nota, a construção dos diques foi uma das primeiras medidas tomadas pela Samarco com intuito de minimizar os danos ambientais.
O primeiro dique (nomeado S1-A) teve conclusão de obra em fevereiro, sendo uma barragem de 5m de altura com capacidade de contenção de 16 mil metros cúbicos (m³) de rejeitos.
O segundo (nomeado S2-A) foi construído para ser capaz de conter 45 mil m³ de rejeitos, porém cedeu após as chuvas ocorridas em janeiro. Apesar de ter sido reerguido, a estrutura não resistiu à contenção da lama.
O S3 (ainda em projeto) tem expectativa de construção de barragem de 11 metros de altura e capacidade para armazenar cerca de 1,3 milhão de m³ de rejeitos de mineração.
O Estado de Minas ainda divulgou a postura da Samarco, que avaliou os diques como “bons resultados na redução da turbidez da água” e acrescentando planejamento de novas estruturas de contenção.
Para o promotor de Justiça Mauro Ellovitch, a ineficiência dos diques evidencia “a fragilidade do acordo feito entre a Samarco, a União e os Estados”. Segundo ele, “o planejamento está equivocado e é ineficiente para conter os danos já existentes, que dirá os futuros! Muito material ainda é carreado para os três rios. A empresa tenta fazer obras, mas nossa análise é de que não são intervenções suficientes para a dimensão do impacto, que claramente tem-se agravado”.