No início deste mês, em data a ser confirmada, a reunião da Comissão Intergestora da Região Ampliada de Saúde terá, na pauta marcada para a sede da Superintendência Regional de Saúde/SRS, debate sobre a pretensão de gestores de Saúde da Região de Manhuaçu de levar, para hospital daquela cidade, o Programa Odontológico de Atendimento a Pacientes Especiais, mantido há 12 anos no Bloco Cirúrgico do Hospital Arnaldo Gavazza/HAG.
A nossa Reportagem apurou a agenda perante a Coordenadoria de Atenção Primária da SRS, depois que a citada pretensão foi divulgada pelo presidente da Câmara de Ponte Nova, Leo Moreira/PSB, na sessão de 13/2. O vereador disse que soube do assunto a partir de recente relato do prefeito Wagner Mol, do mesmo partido.
Leo citou suposta intervenção do ex-secretário de Saúde de Ponte Nova Geraldo Bastos, hoje coordenador do Setor de Atenção Primária da SRS de Manhumirim, para “tirar de nossa cidade tal Programa”.
Conforme Leo, o consultório – que atende Macrorregião formada por 53 Municípios – está “desativado” pelo fato de o Estado não repassar recursos de custeio. “A Prefeitura não tem condições de bancar [o custo] sozinha. Precisamos nos unir ao prefeito para não deixar que isto aconteça”, disse Moreira, lamentando que o ex-secretário Bastos “não tenha compromisso nenhum com Ponte Nova”.
Por telefone, Geraldo atendeu esta FOLHA e rechaçou a acusação. “Queremos, sim, que o Programa funcione, pois só em nossa região [SRS de Manhumirim] existem pelo menos 100 pacientes na fila”, resumiu Bastos.
Segundo o odontólogo Geraldo Elísio Leal, priorizam-se pacientes de todas as idades (que recebem anestesia geral no tratamento) com: severo comprometimento físico; distúrbio neuromotor e neuropsicomotor; deficiência mental severa ou profunda; cardiopatias congênitas graves; enfermidades renais; e discrasias sanguíneas (hemofilia do tipo A e B).
De acordo com o odontólogo, a Secretaria de Saúde/MG iniciou a parceria – depois do vínculo Município/HAG/Cisamapi – liberando R$100 mil para adequar as condições de atendimento (e compra de equipamentos e materiais). O repasse quadrimestral de R$ 48 mil, entretanto, entretanto, foi interrompido em maio de 2016. O serviço teve, mesmo assim, continuidade com o Gavazza bancando os custos. Neste contexto, o último atendimento ocorreu em 27/12/2016.