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Fórum lembra ‘atingidos ocultos’ do desastre de Mariana

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) cobrou nessa quinta-feira, 21/1, política nacional que defina quem são os afetados por desastres, como o que ocorreu em Mariana, em nov/2015. O tema foi discutido em debate no Fórum Social Temático, em Porto Alegre, do qual participam, até 23/1, representantes do MAB no Vale do Piranga.

Na entrada do Auditório Araújo Viana, onde ocorreu o debate sobre o desastre ambiental em Mariana, uma exposição fotográfica mostra as imagens da lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e afetou também o município de Barra Longa.

De acordo com o MAB, a própria Samarco seleciona os que serão indenizados. Pescadores, agricultores e empreendedores de turismo são alguns dos moradores da região do município mineiro que, embora estejam na área afetada pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, dizem não ser identificados como atingidos.

“Ao longo da Bacia do Rio Doce, existem os moradores que chamamos de 'atingidos ocultos', que viviam diretamente da água do rio. São pescadores, meeiros, posseiros, arrendatários, pessoas que plantavam e precisavam de irrigação, além dos veranistas que viviam do turismo e comércio”, citou Neudicléia Oliveira, da coordenação nacional do MAB. Segundo ela, essas pessoas passam por dupla violação de direitos: “Por um lado, são atingidos pela lama, pela água suja, e, por outro, vão ter que provar legalmente que elas sofreram consequências pelo rompimento.”

Neudicléia ainda lembrou que as famílias pedem reassentamento e, em alguns casos, as casas têm sido reformadas pela Samarco. “Há famílias que estão vivendo em hotéis, algumas que estão em apartamentos e outras que ainda vivem em área de risco, sem segurança alguma”, disse. Ela destacou que as comunidades próximas da barragem de Germano/Mariana estão preocupadas com o risco de rompimento. “A empresa diz que daria tempo de alertar a população por conta das sirenes, mas a gente avalia que o tempo não seria suficiente”, acrescentou.

A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, falou da necessidade de pensar em novo modelo de mineração. “Se vocês observarem, os indicadores sociais de Mariana não correspondem ao fato de receberem mais recursos dos impostos da mineração. Esse modelo não repercute em desenvolvimento para a região para que as comunidades aturem esse tipo de violação”, destacou. Ela ressaltou ainda a necessidade de que o tema não deixe de ser debatido: “Conversem sobre Mariana. Essa é a forma de nós, pessoas comuns, fazermos com que a memória dos oprimidos não seja apagada pelos opressores.”

O fotógrafo paranaense Joka Madruga esteve na região durante 20 dias para fazer registros. “O contato em Mariana foi difícil, porque a cidade depende da mineração, e as pessoas têm relacionamento afetivo até com a Samarco. Algumas pessoas, inclusive, eram contra a empresa pagar pelo direito dos atingidos, pois poderia quebrar a Samarco”, relatou ele ao participar do debate e relembrar a experiência da região.

 

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