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Mensagem do arcebispo de Mariana sobre as eleições deste ano

Em 7/9, o arcebispo de Mariana, dom Aírton José dos Santos, divulgou orientações sobre a participação – nas eleições de outubro – das Paróquias, comunidades, pastorais, movimentos, associações e outros organismos católicos.

Dom Aírton começa o seu depoimento lembrando que, já em abril, durante sua 56ª Assembleia Geral, em Aparecida/SP, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB lembrou a responsabilidade dos cidadãos e das comunidades eclesiais no andamento do pleito.

Ele cita o papa Bento XVI  (“A Igreja não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça”) para considerar que “o Brasil vive um momento complexo, alimentado por uma aguda crise, que abala fortemente suas estruturas democráticas e compromete a construção do bem comum, razão da verdadeira política”.

“A atual situação do país exige discernimento e compromisso de todos os cidadãos e das instituições e organizações responsáveis pela justiça e pela construção do bem comum”, assinala o arcebispo, ao refletir sobre a Doutrina Social da Igreja, a qual vê, na participação na política, “uma maneira exigente de viver o compromisso cristão a serviço do próximo”.

Dom Aírton ainda se refere a documento do papa Francisco, segundo o qual “muitas vezes a própria política é responsável pelo seu descrédito, devido à corrupção e à falta de boas políticas públicas”, para considerar o seguinte: “A carência de políticas públicas consistentes, no país, está na raiz de graves questões sociais, como o aumento do desemprego e da violência, que, no campo e na cidade, vitima milhares de pessoas, sobretudo, mulheres, pobres, jovens, negros e indígenas.”

“Mas não nos deixemos vencer pelo desânimo e o negativismo”, exorta o arcebispo, acenando com o texto da Conferência Episcopal da CNBB:

“As eleições devem garantir o fortalecimento da democracia e o exercício da cidadania. Constituem-se, na atual conjuntura, num passo importante para que o Brasil reafirme a normalidade democrática, supere a crise institucional vigente, garanta a independência e a autonomia dos três poderes constituídos – Executivo, Legislativo e Judiciário – e evite o risco de judicialização da política e de politização da Justiça.”

Dom Aírton assim continua:
“Procurando superar ideologias e interesses particulares, façamos, deste rico momento de participação, uma jornada na qual – candidatos e eleitores – busquemos o bem maior do país, comprometendo-nos a:

– Não abrir mão dos princípios éticos e dos dispositivos legais; ter compromisso de acompanhar os que forem eleitos e participar efetivamente da construção de um país justo; promover a lisura do processo eleitoral, fazendo valer as leis, particularmente as de combate à corrupção eleitoral e a conhecida Lei da Ficha Limpa."

A propósito, dom Aírton recorre mais uma vez ao papa Francisco, que em dez/2017 assim se dirigiu aos participantes do encontro de políticos católicos em Bogotá/Colômbia: “Há necessidade de dirigentes políticos: que vivam com paixão o seu serviço aos povos, (…) solidários com os seus sofrimentos e esperanças; que anteponham o bem comum aos seus interesses privados e não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e midiáticos; que sejam competentes e pacientes face a problemas complexos; que sejam abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático; e que conjuguem a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação.”

Neste contexto, assinala o arcebispo, “não merecem ser eleitos ou reeleitos candidatos que se rendem a uma economia que coloca o lucro acima de tudo e não assumem o bem comum como sua meta, nem os que propõem e defendem reformas que atentam contra a vida dos pobres e sua dignidade. São igualmente reprováveis candidaturas motivadas pela busca do foro privilegiado e outras vantagens”.

Exortando os católicos a abandonar “os caminhos da intolerância, do desânimo e do desencanto”, dom Aírton prega o “despertar das forças espirituais e a promoção dos valores sociais”, lembrando que os cristãos leigos devem assumir compromissos na política partidária, mas “os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos que impliquem participação no exercício do poder civil”.

O religioso sublinha a necessidade de respeito ao pluralismo cultural e religioso. E conta com “o compromisso ético dos candidatos, em defesa da vida e da família, com a liberdade de iniciativa no campo da educação, da saúde e da ação social, atuando com honestidade, competência, transparência, vontade de servir ao bem comum, comprovada por seu histórico de vida”.

Quanto aos fiéis leigos/candidatos, dom Aírton vê a necessidade de acompanhamento do pároco e da comunidade, especialmente se a pessoa for eleita. Em tempo, ressalta que os postulantes a cargos se afastem de suas funções durante a campanha. Ainda frisa que os espaços da Paróquia não devem ter “privilégio ou proteção a alguma sigla partidária” nem ser palco de reuniões sobre alguma candidatura.

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