Treze dias depois do rompimento da barragem do Fundão, da Samarco, em Mariana, na Região Central de Minas, em 5/11, a população de Barra Longa, umas das cidades afetadas pela tragédia, enfrenta rotina de caos. A grande quantidade de lama que invadiu o município ainda faz parte do dia a dia dos moradores, que reclamam da lentidão na limpeza de vias e casas.
A funcionária pública Bárbara Dantas, 26 anos, é uma das que se queixaram. "Até hoje minha casa está cheia de lama. Eles chegaram rápido, mas estão demorando demais para limpar ruas e casas. Ainda temos barro pra todo lado, e nossa rotina está completamente alterada", disse ela ao jornal "Estado de Minas" de 18/11.
Segunda ela, todos os móveis e eletrodomésticos ficaram destruídos. "Perdi tudo. Fogão, geladeira, guarda-roupas, sofá… só saí com a roupa do corpo e documentos meus e dos meus filhos", contou a mulher, que está alojada numa casa sem móveis alugada pela Samarco.
O jornal entrevistou o ex-prefeito Haroldo Ferreira Trindade, 68, que mora em frente à praça Manoel Lino Mol, a principal de Barra Longa. Ele reclamou da rotina alterada e da quantidade de lama na porta de casa. Trindade considera rápido o trabalho de limpeza, se for levada em conta a quantidade de lama acumulada. Sugere, porém, agilidade ainda maior na recuperação das casas atingidas, as quais têm entupimento nas redes de água e esgoto.
Por conta do rompimento da barragem ocorrido ainda em 5/11, pelo menos 95 famílias foram afetadas na área urbana barralonguense, assim como 45 moradores de comunidades rurais, como informou o jornal da Capital. Ninguém ficou ferido, mas muitas pessoas perderam seus pertences. Parte dos desabrigados está em 25 casas alugadas pela Samarco. Outras famílias estão em casa de parentes.