O Sindicato dos Bancários de Ponte Nova reproduziu nesta semana artigo de 11/10 do Movimento Sindical/SP alertando que, diante dos discursos inflamados do presidente Jair Bolsonaro/PL (candidato à reeleição), ganham força nas eleições deste ano formas de violência no âmbito político.
"O assédio eleitoral por parte de patrões sobre empregados é tido como uma das mais frequentes. Os dados do Ministério Público do Trabalho/MPT (divulgados em 7/10) confirmam: desde o inicio da campanha eleitoral, registraram-se pelo menos 138 denúncias deste tipo em 21 Estados e no Distrito Federal.
"O assédio moral eleitoral é caracterizado a partir de uma conduta abusiva que atenta contra a dignidade do trabalhador, submetendo-o a constrangimentos e humilhações, com a finalidade de obter o engajamento subjetivo da vítima em relação a determinadas práticas ou comportamentos de natureza política durante o pleito eleitoral”, diz o texto do MPT.
Já a Rádio Itatiaia divulgou nessa sexta-feira (14/10) que denúncias de assédio contra funcionários de empresas públicas e privadas de Minas Gerais já somavam 30 procedimentos administrativos.
"Empregados são obrigados a vestir a camisa de um determinado candidato e a participar de articulação em grupo de WhatsApp indicando seu voto e sofrem ameaças de dispensa caso não votem no candidato do empregador: são alguns dos exemplos", diz o texto da emissora.
As denúncias se referem a casos relatados em BH e sete cidades do interior do Estado: Uberlândia, Divinópolis, Patos de Minas, Teófilo Otoni, Varginha, Governador Valadares e Montes Claros.
A Procuradoria do Trabalho de Minas notificou nesta semana empresários de Nanuque que acenaram com " impactos negativos" nos investimentos da região caso determinado candidato (Lula/PT) seja o vencedor nas eleições presidenciais em 30/10. "Os empresários foram orientados a cumprirem as recomendações de coibição do assédio sob pena de medidas extrajudiciais e judiciais cabíveis", diz o texto da Itatiaia.
"As situações de coação são descritas em diversos setores econômicos, dentre os quais estão o comércio varejista de alimentos, roupas, calçados, área da saúde, indústria e administração pública municipal. Todos os inquéritos estão em fase de investigação", continua a Reportagem.
A procuradora regional do Trabalho e coordenadora nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho, Adriane Reis de Araújo, explicou à Rádio Itatiaia o que é assédio eleitoral e quais os exemplos desse tipo de prática, cujas denúncias ainda são bastante subnotificadas:
"O assédio eleitoral é a prática de coação, intimidação, ameaça, humilhação ou constrangimento no intuito de influenciar ou manipular o voto, a manifestação política, o apoio dos trabalhadores no local de trabalho ou em situações relacionadas ao trabalho."
Continuou Adriane: "O assédio pode ser identificado pelo trabalhador, tanto em situações de ameaças de desemprego ou retaliações no trabalho, quanto também na promessa do pagamento de um bônus, de um salário. Atualmente, nós temos 197 denúncias: a Região Sul do país tem liderado o número de denúncias, seguida pela Região Sudeste, vindo depois desta a Região Nordeste."