Prossegue nesta manhã de feriado nacional, a Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, marcada pela caminhada que precede a missa solene, no Santuário Nossa Senhora das Graças, em Urucânia.
Do alto do carro de som, o padre Marcelo Moreira Santiago, coordenador da Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese de Mariana, coordena os trabalhos, sendo que por volta das 9h20 chegou o deputado federal urucaniense Padre João/PT, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal.
Destaque para representantes da Escola Família Agrícola Paulo Freire/Acaiaca e do Movimento por Atingidos por Barragens e de alguns vereadores de Urucânia.
Padre Marcelo divulgou em 28/4, pelo site arquidiocesano, documento sintetizando a oportunidade de reflexão, na Romaria, sobre documento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB, com repúdio às reformas em curso no país, e de modo especial, as reformas trabalhista e previdenciária.
No seu discurso de abertura, o padre Marcelo sintetizou o seu texto, conclamando cristãos e cidadãos em geral a:
“A valorizar, localmente, as iniciativas de conscientização e mobilização pacífica e ordeira em defesa de direitos e conquistas sociais; pressionar deputados e senadores de maior atuação em sua região, afirmando que se votarem em tais reformas, não vão merecer, em próximas eleições, o nosso voto; unirem-se a outras forças vivas da sociedade na luta por transformações sociais que realmente atendam às necessidades e anseios de todo o povo.”
"Não percam a esperança e a utopia, vocês são profetas da esperança… São os que podem construir a civilização do amor, como disse o papa Francisco, aos jovens do Brasil. Sigamos em frente, sem desanimar, por dias de mais justiça e paz, celebrando a Páscoa do Senhor em gestos concretos de vida para todo povo. Nenhum direito a menos!", enfatiza o texto.
“Tais reformas precarizam as relações de trabalho, corta direitos e conquistas asseguradas pela constituição Federal, amplia as desigualdades sociais, trazendo um impacto devastador, de caos social, injustiça, exclusão e violência, na vida do povo brasileiro e de nossos municípios”, diz o texto do padre Marcelo, que assim continua:
“O trabalho e a seguridade social não podem ser vistos tão só pela ótica econômica, do sistema neoliberal. Deve-se ter em conta o primado da vida e a prioridade do trabalho sobre o capital e a dignidade do ser humano e a promoção do bem comum acima dos interesses de ordem econômica e financeira.”
Prossegue o dirigente da Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese:
“Um caminho outro, que não este, segue em contradição com o evangelho da vida que Jesus nos confiou a anunciar e a testemunhar para que todos tenham vida e vida em abundância (Jo 10,10). Reafirmamos nossa crença de que o crescimento econômico só é autêntico se acompanhado de verdadeiro desenvolvimento social.”
Assim como representantes de entidades de classe, sindicatos e de movimentos sociais, o informe arquidiocesano salienta:
"Os números apresentados pelo Governo, justificando tais reformas, são questionados por entidades que dizem tratar-se de informações inseguras, desencontradas e contraditórias, que mais parecem 'iludir' a boa fé do povo e favorecer fortes grupos econômicos nacionais e internacionais, que buscar alternativas viáveis que tragam condições justas para o bom ordenamento da vida no Brasil, em bem de todos, sobretudo da população mais sacrificada."