Em despacho de 2/5, a juíza Dayse Mara Baltazar, da 1ª Vara Criminal de Ponte Nova, indeferiu pedido de liberdade para Mário Antônio Lopes de Araújo Vilas Boas, recluso desde 12/3 – data da deflagração da Operação Arlequim – na Penitenciária pontenovense.
Ele é acusado de chefiar atuação de organização criminosa em serviços de estruturas de shows em cidades da nossa região. A denúncia partiu do Ministério Público, acenando com supostos crimes de fraude em licitação, formação de cartel, desvio de recursos públicos, corrupção de agentes públicos, lavagem de dinheiro e peculato.
Segundo a magistrada, “a despeito das ponderações defensivas, não foram trazidos aos autos quaisquer fatos novos aptos a modificar a decisão que decretou a prisão preventiva do réu, sendo que os argumentos então lançados ficam aqui ratificados”.
A juíza continua argumentando que, conforme apontado pelo Ministério Público, Mário Antônio seria o chefe de organização criminosa: “Os crimes supostamente praticados ocorreram por anos e persistiam até o seu encarceramento, sendo que, do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram arrecadados elementos que demonstram a prática atual de ilícitos.”
Dayse ainda salientou que “restou demonstrada a concretude do risco que a liberdade do denunciado representa para a ordem pública e econômica”, acrescentando:
“Mesmo investigado, este supostamente continuou a prática delitiva, adotando práticas visando evitar a descoberta do esquema fraudulento, a exemplo da criação e extinção de diferentes sociedades empresariais, conluio com laranjas, encontro e contato com testemunhas e membros do poder público.”
No entender da juíza, diante do “poderio econômico e da influência” de Mário Antônio, “a sua liberdade representa ainda risco à instrução do feito”.
Outros seis denunciados na Operação foram presos, mas posteriormente ganharam a condição de responder ao processo em liberdade.
Trata-se de Mário Henrique Lopes de Araújo Vilas Boas, Nelma Elisângela de Sales Lopes, Marcus Vinícius Ribeiro de Assis Coura, Wanderley de Freitas Pio Júnior (Juninho), Luiz Carlos Lopes e Joana Ribeiro de Assis (Joaninha). Alessandro Trevizano Brandão está denunciado, mas não foi preso.
Note-se que em 12/3 as Polícias Militar e Civil efetuaram diligências nas Prefeituras de Santa Cruz do Escalvado, Guaraciaba e Barra Longa, além de cumprir diligências em endereços dos acusados nas cidades de Ponte Nova, Jequeri, Guaraciaba, Barra Longa, Teixeiras e Viçosa.