O "Seminário das Dioceses da Bacia do Rio Doce, Nossa Casa Comum – Corresponsabilidade de Todos frente à Vida Ameaçada", realizado entre os dias 4 e 6/3, em Mariana, discutiu sobre os desdobramentos do rompimento da Barragem de Fundão, suas consequências, reparos, compromissos e os ônus e bônus da mineração no Brasil.
O encontro, organizado pela Comissão de Meio Ambiente da Província Eclesiástica de Mariana, contou com participação do arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha.
“Os danos causados são ainda dificilmente calculados, porque são muitas as implicações e as complicações. Causa-nos certa perplexidade o acordo que foi assinado entre o Governo Federal, os Governos de Minas Gerais e do Espírito Santo e as empresas Samarco, Vale e BHP, porque não se vê com clareza quais são efetivamente os compromissos assumidos. O que ali está mais parece uma carta de intenções do que propriamente um acordo”, afirmou ele em nota divulgada no site arquidiocesano.
Para o assessor da Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese, padre Marcelo Santiago, o acordo depõe contra os atingidos e os interesses da população: “Pensando nessa grande área da Bacia do Rio Doce, pensando em sua revitalização, não houve transparência, não foram ouvidas as comunidades e os atingidos. Nós estranhamos esse ato, que uniu o Estado e as empresas para definição dos passos para recuperação dos espaços ao lado dessa bacia sem ouvir realmente os clamores do povo e dos atingidos.”
Os participantes do Seminário publicaram uma nota propondo criação de um Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce com a responsabilidade viabilizar as seguintes propostas:
– Manifestações mensais, em cada dia 5 (a tragédia ocorreu em 5/11/2015). – Participar da Romaria das Águas e da Terra, em 5/6, em Resplendor. – Elaborar Carta de Princípios, a ser assinada pelos candidatos/2016 às Prefeituras e Câmaras Municipais. – Aprovação de marco regulatório de garantia dos direitos dos atingidos.