Em curto prazo, comissão composta por representantes de 14 organizações divulga documento que, englobando todas as propostas sugeridas ao Poder Público, reitera posição radical pelo fim do extermínio da juventude negra.
A informação surgiu nesta semana, no site da Arquidiocese de Mariana, no registro da Pastoral Afro-Brasileira/PAB sobre o encerramento, em 13/11, do "Acampamento PAB", iniciado três dias antes na Escola Família Agrícola Paulo Freire (EFA), em Acaiaca.
No centro da temática – que envolveu pelo menos 1.340 pessoas – esteve a reflexão sobre o preconceito e o assassinato de crescente número de jovens negros no Brasil. Para alimentar o debate, ocorreu pesquisa histórica sobre a violência contra a negritude a partir do final dos anos 70.
O tema “Pelo fim do extermínio da juventude negra” foi abordado em cinco grupos de trabalho: Cultura, Gênero e Religiosidade; Participação Popular; Mulheres; Educação; e Segurança Pública.
Integrante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros de Viçosa, Beatriz Gomes escolheu o grupo “Educação” para aprimorar os seus conhecimentos como pedagoga e apreender estratégias para passar, para frente, os dados apresentados.
“Estar neste evento hoje é mais que um espaço de compromisso pessoal, e sim de compromisso social. É tão difícil a gente encontrar um espaço para discutir sobre o extermínio da juventude negra. E todos os dias a gente tem que se preocupar com a própria vida e com a vida dos nossos amigos com medo de que nós entremos nas estatísticas”, ressaltou Beatriz.
Para o diretor da EFA, Gilmar de Souza, o fato de a Escola Família Agrícola ter como pano de fundo a construção interdisciplinar e coletiva torna ainda mais forte o papel da EFA em sediar este "acampamento".
“Faz parte da formação integral do jovem aprofundar estas temáticas, como questões sobre juventude, violência, cultura popular, negros na sociedade e muito mais. Se a gente não trabalhar a identidade do jovem, fica muito difícil para a cultura do jovem chegar a outros lugares”, afirmou ele.