Em mensagem divulgada nessa quarta-feira, 20/11 – Dia da Consciência Negra, a Pastoral Afro-Brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil relembrou a história da data e destacou que o processo de conquista de cidadania pelo povo negro é uma dimensão essencial da vida e da Missão.
A novidade que a Igreja quer e merece é a inclusão, em sua Ação Evangelizadora, das riquezas culturais e espirituais que emanam do patrimônio africano e afrodescendente, diz a mensagem divulgada na Arquidiocese de Mariana e em PN, onde houve missa afro na Capela Nossa Senhora de Fátima, no bairro com o mesmo nome.
Hoje, muitas conquistas das comunidades negras estão presentes em nossa sociedade. Existem desafios que vamos enfrentando com participação de grupos organizados, ou não. A Pastoral Afro-Brasileira, presente em todo o Brasil, celebra, mas também está empenhada em enfrentar os desafios presentes no mundo. A escravidão hoje atinge 29 milhões de trabalhadores em todo o mundo. Um relatório recém-divulgado pela fundação Walk Free aponta que 29 milhões de pessoas no mundo ainda trabalham sob o regime de escravidão, continua o documento.
No Brasil, 125 anos após a abolição da escravatura, milhares de pessoas ainda são submetidas a trabalhos em situação degradante, segue o documento para arrematar: No entanto, há avanço na erradicação da prática. A primeira política de contenção do trabalho escravo é de 1995, e, de lá para cá, 45 mil pessoas foram libertadas de locais onde havia exploração desumana da mão de obra. Tramita no Congresso Nacional Proposta de Emenda Constitucional para endurecer a lei. É a PEC do Trabalho Escravo e prevê o confisco de imóveis em que o trabalho escravo for encontrado e sua destinação para reforma agrária ou para uso habitacional urbano.
Assim conclui o documento: O processo de cidadania do povo negro é uma dimensão essencial da vida e da Missão da Nossa Igreja Católica Apostólica Romana. A Igreja Católica no Brasil, fiel à missão de Jesus Cristo, está presente nesses importantes acontecimentos por meio de seus representantes e de suas orações. Exorta todo o Povo de Deus a colocar-se a serviço da vida e da esperança, acolher, com abertura de espírito, as justas reivindicações de movimentos – indígenas, da consciência negra, das mulheres e outros – e empenhar-se na defesa das diferenças culturais, com especial atenção às populações afro-brasileiras e indígenas.