A poeira da lama da Barragem de Fundão que invadiu Barra Longa pode estar influenciando no aumento de casos alérgicos, insuficiência respiratória e diarreia em moradores da cidade. A notícia saiu em 26/4, no jornal O Tempo, em texto de Johnny Cazetta.
“A falta de chuva fez a lama secar e a poeira se espalhar. O maior problema está relacionado às crises alérgicas, das quais já registramos mais de 300 atendimentos neste ano, um acréscimo de mais de 100% em relação ao ano passado”, disse ao jornal a coordenadora municipal de Saúde, Vera Lúcia Fernandes.
A Secretaria de Saúde de Barra Longa contabiliza o seguinte: mais de 80 casos de diarreias; cerca de 300 casos de doenças alérgicas, como coceiras e lesões pelo corpo; e 200 casos de problemas respiratórios, como resfriados, tosse e bronquite.
Segundo o informe, estas doenças tiveram aumento em relação ao passado, mas os números de 2015 não foram divulgados. Os moradores são orientados a redobrar a higiene com as mãos e a utilizar panos molhados e bacias de água nas casas para amenizar o problema. “São medidas paliativas. Infelizmente, temos que nos adaptar a um meio muito difícil no qual estamos vivendo”, acrescentou ela.
Desde o início de abril – continua O Tempo -, a Samarco instalou equipamentos que medem a quantidade das partículas em suspensão após detectar que a cidade e um trecho de 100km entre Mariana e Nova Soberbo, na região Central, possui risco de “potenciais alterações na qualidade do ar”.
A empresa, porém, garante que o equipamento, que funciona 24h por dia, não detectou anormalidade no ar. Além disso, a mineradora salienta que tem lavado as ruas de Barra Longa diariamente para minimizar a poeira e que contratou oito médicos e enfermeiros para auxiliar no atendimento à saúde.
O Ibama, também interessado em monitorar a região, irá fiscalizar o programa de qualidade do ar elaborado pela Samarco. "Iremos acompanhar de perto esta situação. Todo este processo faz parte do programa de recuperação proposto pela empresa e que ainda está sob análise. Na semana passada, técnicos estiveram na região e emitirão relatório indicando pontos a serem melhorados no programa" , afirmou – ao diário de BH – Paulo Fontes, diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Ibama.