A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/Semad informou, na manhã desse sábado (31/3), que os dois vazamentos no mineroduto Minas-Rio, da Anglo American, foram provocados – em Santo Antônio do Grama – por falha na solda de partes da estrutura e os dois tubos que se romperam são do mesmo lote.
Representantes do Ministério Público estiveram no local do segundo acidente, ocorrido nessa quinta-feira (29/3), menos de 20 dias após o primeiro vazamento. Logo após o vazamento, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) suspendeu a licença ambiental do mineroduto, impedindo temporariamente o transporte do minério.
A prefeita gramense, Alcione Lima/PP, informou em nota que – ao lado do marido e vereador, Júlio Russo/PSD, e de representante da Defesa civil – reuniu-se com representantes da Anglo American, do Ibama e do Instituto Estadual de Florestas/IEF. “Reivindiquei a imediata substituição dos tubos, ainda mais considerando que os dois vazamentos ocorreram perto da estação de bombeamento instalada pela Anglo em 2014”, disse ela.
No segundo vazamento, cerca de 650 toneladas de polpa de minério (mistura de minério e água) foram liberadas e atingiram uma fazenda, além do ribeirão Santo Antônio. O abastecimento de água não foi prejudicado porque a captação já estava sendo feita em outro ribeirão.
De acordo com a Semad, duas vistorias foram feitas por técnicos do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) em 30 e 31/3. A distância entre os dois pontos de vazamento é de cerca de 220 metros.
Os técnicos da Semad também percorreram a extensão do ribeirão Santo Antônio do Grama até a foz com o rio Casca e constataram que havia depósito de minério em diversos trechos do referido ribeirão, o que se podia perceber pela sua coloração avermelhada.
De acordo com a Semad, a Anglo American deverá cumprir uma série de medidas ambientais:
– Fazer laudo com descrição dos danos provocados em decorrência do acidente; encaminhar relatório das causas e das medidas tomadas; atualizar o cronograma de inspeção de integridade do mineroduto; monitorar a água e os sedimentos no córrego afetado; e rever o programa de gerenciamento de riscos.