Há pelo menos 12 anos, em Urucânia, Joaquina Custódia Salgado Firmino segue criativa rotina em cada mês de dezembro. Reserva uma sala de sua casa para instalação de presépio gigante, cuja fama chega à região. Na semana passada, Ademar Figueiredo, da página de Arte & Cultura desta FOLHA, entrevistou-a ao fotografar esta tradicional manifestação de arte sacra.
Bastante motivada para falar de seu projeto e orgulhosa com o resultado que ganha novos detalhes a cada ano, Joaquina salienta a intenção primeira de exaltar o nascimento de Cristo. Ela não gosta da citação de “presépio mais bonito”. Pode até ser um dos maiores presépios da região, montado “com devoção e carinho” para ser visitado até fevereiro.
– Joaquina, como pintou esta história do presépio em sua vida? – “Certa vez, há cerca de 12 anos, fui passear na cidade de São Pedro dos Ferros e fui até uma capela no meio da mata. Achei uma imagem do Menino Jesus (a que está centro no presépio), resolvi restaurá-la e daí comecei a montar este presépio."
Fervorosamente católica, a cada período de advento natalino, Joaquina trabalha na montagem pesando a tradição das imagens e a fé no nascimento “de quem veio para nos salvar”. Referindo-se à sua “paz interior” ao idealizar a instalação, Joaquina projeta maquete de uma cidade entre a roça e a gruta, enfeitando o local com charretes “dos coronéis e dos verdureiros”, carros de boi, jumentos com suas cargas, outros animais e o brilho característico.
