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Puro Verde busca apoio para medir danos ambientais

Integrantes da Organização Ambiental Puro Verde começaram nesta semana trabalhos de campo para quantificar os danos causados pela lama com rejeitos de minério de ferro arrastada desde as barragens de Fundão e Santarém (Mariana) até a barragem de Candonga, que fica na divisa dos municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado.

 As vistorias com relatórios fotográficos e filmagens se estenderão até os povoados Santana do Deserto (Rio Doce), Merengo e Viçoso (ambos de Santa Cruz do Escalvado).  Os trabalhos terão apoio de Jorge Dergan, professor de Biologia Animal da UFV e PhD em Peixes, que está atuando pelo MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) com auxílio dos biólogos Bruno Edésio, que está terminando curso de pós-doutorado em Peixes, e Frederico Machado, que faz mestrado também em Peixes.

O grupo se  encontrou com Ricardo Motta e Alfredo Padovani – ambos dirigentes da Puro Verde – na ponte sobre o rio Doce, acima da barragem da Hidrelétrica de Candonga. Os pesquisadores estavam acompanhados de Markus Lambertz, doutor em Zoologia e professor da Universidade de Bonn (Alemanha). Na foto, Ricardo, Markus, Dergan, Bruno e Frederico.

Para Jorge Dergan, o que aconteceu foi um tsunami de lama de rejeitos, que causou impacto de proporções incalculáveis: “Não existe mais ictiofauna no trecho devastado pela lama, que arrastou galhos de árvores e animais mortos. Posso afirmar que a morte de peixes nos rios do Carmo, Gualaxo do Norte e Doce foi quase 100%.” Para ele, a recuperação só se dará em décadas, não podendo haver nenhum movimento de limpeza, pois a remoção do que veio seria mais danoso para o meio ambiente.

Ricardo Motta esteve na localidade Barra do Piranga, onde se encontram os rios Piranga e do Carmo e constatou fenômeno impressionante, pois a quantidade de lama provocou refluxo no local, retornando para o rio Piranga quase 2km acima de onde se inicia o rio Doce. “O nível de destruição das matas ciliares é brutal. Em ambas as margens, foram arrastadas árvores, animais (paca, tatu, cotia, capivaras e preás, entre outros). Cada margem deve ter perdido cerca de 10 metros de largura. Em alguns casos, até 100 metros”, alertou Ricardo.

Para o ambientalista Alfredo Padovani, a visão é péssima: “Parece um cemitério. Um cenário triste e apavorante!”. Para ele, a empresa responsável pelos danos ambientais causados terá que arcar com a recuperação, promovendo serviços ambientais adequados, que serão delineados em relatório a ser concluído em 30 dias.

Os ambientalistas avaliam se a retirada da lama das matas ciliares será necessária. Alguns admitem que o dano poderá ser ainda maior. A Ong Puro Verde trabalha na vertente de recuperação de nascentes e de mata ciliar destruída nos rios Doce, Piranga (trecho de 1,5km), Gualaxo do Norte e do Carmo. O caso pode transformar-se em ação civil pública, a ser ajuizada contra a Samarco.

 

 

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