Para reflorestar área de mais de 40 mil hectares na Bacia do Rio Doce serão necessários até 20 milhões de mudas nativas, principalmente da Mata Atlântica. Esta é a estimativa inicial da Fundação Renova, responsável por gerir os programas ambientais vinculados à tragédia de Mariana, ocorrida ainda sem nov/2015.
Para atender a demanda, teve início neste mês levantamento dos viveiros de mudas existentes ao longo da Bacia do Rio Doce. Segundo a Fundação Renova, está previsto para setembro o início do plantio de árvores em área de 2 mil hectares afetada entre a Barragem de Fundão e a Usina de Candonga, em Santa Cruz do Escalvado/MG.
Este é um projeto que corre em paralelo ao reflorestamento compensatório dos outros 40 mil hectares e envolve trechos abrangidos pela deposição de rejeitos nas calhas e margens dos rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce. Para tanto, foram realizados testes-piloto em três fazendas, com o objetivo de entender o comportamento das espécies florestais em diversos aspectos técnicos.
Os resultados balizarão a tomada de decisão sobre espécies, condições de solo e metodologia de plantio. Além disso, até dezembro de 2017, a Fundação Renova promete realizar plantio compensatório em área de 785 hectares, onde há mil nascentes.
A Fundação estima que apenas a compra de mudas possa custar R$ 50 milhões. O mapeamento dos viveiros será feito em duas etapas. Inicialmente estão sendo reunidos dados como localização de cada um, tempo de atuação e listas das espécies produzidas. Num segundo momento, os viveiristas serão entrevistados sobre sua capacidade produtiva e detalhes técnicos.
Os trabalhos de reflorestamento da área afetada pela tragédia são acompanhados pelo Comitê Interfederativo, que é composto por diversos órgão públicos e tem como objetivo fiscalizar os trabalhos de reparação dos danos causados pela tragédia. Sua criação também foi definida no acordo celebrado entre as mineradoras e o Poder Público.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um dos órgãos à frente do Comitê Interfederativo, o principal trabalho até o momento envolveu revegetação inicial (foto) com gramíneas e leguminosas para combater a erosão e estabilizar o solo na região entre os rios Gualaxo/Mariana e do Carmo/Barra Longa.
(Fontes: relato/foto da Fundação Renova e notícia da Agência Brasil)