O repórter Ricardo Soares, do jornal Nacional/Rede Globo, esteve em 10/11 em Barra Longa, que também foi atingida pela lama (foto) liberada pelas duas barragens de rejeitos de minério da Samarco.
“Os carros vão passando, e a rua quase some na poeira em Barra Longa, a 170km de Belo Horizonte. Na cidadezinha do interior, onde nunca se ouviu falar de poluição, usar máscara passou a ser uma necessidade”, relatou ele, que ouviu um primeiro depoimento:
– “As casas estão completamente tomadas de lama. O barro é muito pesado. Precisa também de pessoas voluntárias para ajudar a limpar as casas”, conta a voluntária Simone Vieira.
Cinco dias depois da tragédia, ainda há muita gente que não sabe quando e se vai poder voltar para casa. “Disseram que ela está condenada. Tem várias rachaduras. Até pediram pra gente não ter acesso a ela pra não correr risco de vida também”, diz o aposentado Geraldo Magela Costa pela TV Globo.
“O pessoal está correndo para tirar a lama de dentro de casa, porque ela agora está começando a secar e fica muito difícil para limpar: parece que virou reboco. O minério de ferro continua descendo, trocando a cor dos rios por onde passa”, relata o jornalista.
Ricardo Soares continua: “A onda de rejeito de minério alterou completamente a paisagem na margem do rio. Aliás, não foi só a vegetação que desapareceu. Do outro lado, se vê o pilar de uma ponte que ligava duas comunidades rurais de Barra Longa. Agora não dá nem para ter ideia de onde foi parar a parte de concreto da ponte.”