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Resumo do Grito das Ferrovias pela Retomada da Linha Mineira

 Ao longo da manhã desta sexta (30/8), no Auditório da Amapi (foto), o Grito das Ferrovias da Zona da Mata – Pela Retomada da Linha Mineira – reuniu autoridades e convidados. Todos apostam na reabertura de ferrovias como fator de desenvolvimento sustentável.

Alfredo Padovani, diretor-administrativo do Núcleo de Preservação Ferroviária de Ponte Nova/Ferropon, conduziu o cerimonial. Ele defendeu a repactuação das concessões ferroviárias e a exploração do potencial de conexão da nossa região com o Porto do Açu/RJ.

Discursaram os deputados Adriano Alvarenga/PP e Ione Pinheiro/União Brasil. Ela integra a Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas e é vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

No fechamento dos trabalhos, decidiu-se pela elaboração da Carta de Ponte Nova, endereçada para autoridades federais e estaduais, além de prefeitos e vereadores da Zona da Mata e Vale dos Inconfidentes.

Falaram ainda, entre outros convidados:

 – Afonso Ribeiro/secretário de Planejamento/PN; Raimundo Nonato/PSD, prefeito de Viçosa; engenheiro André Tenuta, diretor da ONG Trem Mineiro; e ex-deputado estadual João Leite/PSDB (na foto com Alfredo Padovani).

– Professor Jershon Morais/coordenador do Movimento Pró-Ferrovias da Zona da Mata e presidente do Circuito Serras de Minas.

– Professor Roberto Willian/membro do Instituto da Qualidade Ferroviária: ele é professor, pesquisador e colaborador do Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário/MG.

– Professor Júlio César Costa Campos, do Departamento de Engenharia de Produção e Mecânica da UFV: ele é diretor do Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário/MG.

Segundo André Tenuta, a decisão de fechar as ferrovias trouxe muitos prejuízos para a Zona da Mata, como perda de postos de trabalho e falta de modal de transporte de menor custo.

Disse Tenuta: “Desde os anos 1960, a ferrovia passou a ser tratada como um negócio empresarial e perdeu a importância social e econômica das regiões. Os governos passaram a confundir interesse da sociedade com o interesse econômico, além do financismo da operação.” Ele continuou:

"Em nossa região, a linha foi desativada após concessão do trecho à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) em 1998. Primeiro, a concessionária encerrou o transporte de passageiros e, em seguida, o de cargas. Hoje a linha está abandonada, sendo vandalizada e sem nenhuma operação. Eles não operam nem deixam ninguém operar.” 

Todos os que discursaram acentuaram que a ferrovia é vista como uma solução viável e sustentável para os desafios logísticos enfrentados pela Zona da Mata e outras regiões de Minas Gerais. A seguir, os principais raciocínios:

– A proposta de revitalização busca não apenas restaurar uma parte importante do patrimônio histórico e cultural, mas também reintegrar a linha ao sistema de transporte moderno. 

– Com a adoção de novas tecnologias e o estabelecimento de parcerias estratégicas, a Linha Mineira pode desempenhar papel crucial no desenvolvimento econômico do Estado.

– A modernização e revitalização da Linha Mineira têm o potencial de gerar um impacto econômico significativo. Pode facilitar o transporte de mercadorias de maneira mais eficiente e econômica, reduzindo custos logísticos para os produtores locais e aumentando a competitividade dos produtos mineiros no mercado nacional e internacional.

– O transporte ferroviário é conhecido por ser mais sustentável e menos poluente do que o transporte rodoviário, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito-estufa e promovendo um modelo de desenvolvimento mais ecológico.

– Pode-se estimular a criação de empregos diretos e indiretos, tanto durante as obras de modernização quanto na operação da ferrovia. Comunidades ao longo da linha também se beneficiarão de melhor conectividade e acesso a serviços e oportunidades econômicas.

 

 Histórico da Linha Mineira

A Linha Mineira, também conhecida como Ramal da Ponte Nova, é uma das importantes ferrovias que compõem a malha ferroviária de Minas Gerais. Sua história remonta ao final do século XIX, período em que as ferrovias eram fundamentais para o desenvolvimento econômico do Brasil, especialmente em Estados como Minas Gerais, onde a produção agrícola e mineral demandava soluções logísticas eficientes para o escoamento dos produtos.

A construção da Linha Mineira teve início com o objetivo de conectar regiões produtoras do interior mineiro aos grandes centros de consumo e exportação, como o Rio de Janeiro. Inaugurada em diferentes trechos ao longo das décadas, a linha foi projetada para transportar principalmente café, que na época era o principal produto agrícola de exportação do Brasil. 

Além do café, outros produtos, como minério, açúcar e gado, também eram escoados por essa linha, o que contribuiu para o crescimento econômico das cidades e vilarejos ao longo de seu trajeto.

Durante a primeira metade do século XX, a Linha Mineira alcançou seu auge, facilitando não apenas o transporte de mercadorias, mas também o deslocamento de pessoas.

A ferrovia desempenhou papel crucial na integração regional, permitindo que pequenas comunidades tivessem acesso a mercados maiores, a serviços de saúde e educação e a oportunidades de emprego em cidades mais desenvolvidas.

A partir da segunda metade do século XX,  no entanto, a Linha Mineira, assim como muitas outras ferrovias brasileiras, começou a enfrentar sérios desafios. A expansão das rodovias, impulsionada pelo crescimento da indústria automobilística e pelo incentivo ao transporte rodoviário, levou à redução do uso das ferrovias.

As políticas governamentais da época priorizaram a construção de estradas, o que resultou em desinvestimento no setor ferroviário. Como consequência, a Linha Mineira passou por um processo de declínio, com desativação de trechos e redução dos serviços oferecidos.

A falta de manutenção adequada e investimentos em modernização agravou ainda mais a situação, levando à deterioração da infraestrutura e à perda de competitividade em relação ao transporte rodoviário. Cidades que antes dependiam da ferrovia para seu desenvolvimento econômico viram-se isoladas, com a importância da Linha Mineira sendo gradualmente esquecida.

– Fonte – Núcleo de Desenvolvimento Tecnológico Ferroviário/MG.

 

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