O gerente do Campo Experimental do Vale do Piranga/CEVP da Epamig/Oratórios, Josias Bitencourt, enviou para esta FOLHA a revista alusiva aos 50 anos deste órgão do Sistema Operacional da Agricultura/MG.
Uma notícia destaca o "sequestro de carbono" em seringueiras, uma cultura de grande importância social, ecológica e econômica. "Em relação aos acordos internacionais sobre mudanças climáticas, a heveicultura traz benefícios ao sistema climático global", diz o artigo.
De fato, em experimentos realizados no CEVP, constatou-se que são necessárias somente duas árvores de seringueiras adultas para resgatar uma tonelada de carbono entre 15 e 20 anos de plantio. A título de informação e para se ter uma noção do potencial da cultura em resgate de carbono, um hectare de plantio de seringueira contém aproximadamente 500 árvores.
Como relata a revista, a Epamig desenvolveu trabalhos comparando o potencial da seringueira com matas e/ou capoeiras (matas em regeneração), para ter mais precisão ao destacar que esta árvore tem papel importante e muito próximo do potencial de estoque de carbono das matas em diferentes ecossistemas.
"São como máquinas, quase incansáveis, de onde se retiram os fotoassimilados (látex), que, em defesa, imediatamente são repostos pelas plantas. Reposições sucessivas do látex, bem como refolhamentos sucessivos, garantem maior eficiência nos resgates de carbono", diz o texto.
A notícia ressalta a relevância do cultivo de seringais para fins diversos e, é claro, para mitigar o efeito das mudanças do clima. Acentua-se que a heveicultura é sustentável, "se enquadrada nos critérios de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo do Tratado de Quioto, sendo forte candidata à geração dos Certificados de Emissões Reduzidas".
Continua a notícia: "Conservar, preservar e plantar florestas constitui avanço na gestão de recursos naturais, com benefícios ambientais, sociais e econômicos. Já a cultura da seringueira traz todas essas opções, quando comparada com as demais florestas naturais."
Efetivamente, como argumenta o informe, "pesquisas em diferentes áreas do ecossistema amazônico constataram que, em determinados locais, o estoque de carbono das matas era igual ou até mesmo com valores inferiores ao de um seringal de cultivo".
Ressalta o artigo, que o látex – borracha natural gerada como produto final da cultura – possui aproximadamente 96% de carbono: "Como se vê, trata-se de planta que pode contribuir para a redução dos gases de efeito-estufa, preservando mananciais, além de proteger e melhorar a qualidade física de solo, clima, flora e fauna."
Além disso, ao final de seu ciclo produtivo, sua madeira pode ser utilizada para diversos fins, entre outros, em fabricação de móveis e utensílios de cozinha e na construção civil.