O conteúdo desta matéria é exclusivo para os assinantes.

Convidamos você a assinar a FOLHA: assim, você terá acesso ilimitado ao site. E ainda pode receber as edições impressas semanais!

Já sou assinante!

― Publicidade ―

PN na Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador

À frente do grupo, estavam Maria Cosme Damião e Adão Pedro Vieira, respectivamente presidente e secretário do Conselho Municipal de Saúde.
InícioREGIÃORompimentos de mineroduto no Grama impactam água e empregos

Rompimentos de mineroduto no Grama impactam água e empregos

Em reportagem de 27/4, o jornal Folha de São Paulo relatou o “clima de incerteza” ao longo dos 529km do mineroduto Minas-Rio, a partir do vazamento de 1.860 toneladas de polpa de minério em 12 e 29/3 deste ano, em Santo Antônio do Grama.

Note-se que, após o segundo rompimento, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/Ibama determinou a suspensão das atividades do mineroduto até que uma inspeção comprove a segurança do sistema, o que, na estimativa da mineradora, vai levar 90 dias.

Confirmando o receio de que a retomada levará mais tempo, a Anglo anunciou que a volta das operações do mineroduto deve ocorrer de forma gradativa somente no último trimestre deste ano. E o impacto afetará quase a totalidade dos lucros em comparação com 2017, como informa texto dos jornalistas Nicola Pamplona e Carolina Linhares (com foto de Alexandre Rezende).

Na Mina de Conceição do Mato Dentro/MG, 766 dos 1.474 funcionários estão em férias de 30 dias desde 17/4. No Porto de São João da Barra/RJ), metade dos 240 trabalhadores entraram em férias coletivas em 24/4.

Além de inspecionar o duto, a mineradora é responsável por reparar até 31/5 os danos ambientais dos vazamentos. Para isso, a Anglo diz ter mobilizado 300 trabalhadores terceirizados e R$ 60 milhões.

Sabe-se que cerca de 26% do minério expelido pelos dutos foi para o córrego Santo Antônio. A maior parte atingiu uma barragem da Anglo – o que acabou suavizando o impacto – e áreas de pasto. O trabalho braçal, com pás e enxadas, ou mecânico, com caminhões de sucção, é retirar o minério grudado nas margens e no leito do rio.

Conforme continua a reportagem, pelo córrego o minério espalhou-se por 11km, e a captação de água para o abastecimento da cidade foi interrompida. Durante três dias, os moradores dependeram de caminhões-pipa da mineradora, até que nova adutora fosse instalada em outro córrego, o Salgado. Foi essa mudança que, no segundo rompimento, evitou que a falta de água se repetisse. Segundo órgãos ambientais, os últimos testes no córrego atingido indicam que a qualidade da água voltou aos patamares exigidos por lei.

Ainda assim, o medo do desabastecimento e da contaminação da água persiste.

“O córrego Salgado tem menos água e o medo é que ele não dê conta no período de seca. Tem gente que comprou caixa d’água maior, tem gente comprando água mineral. Não há confiança”, disse ao jornal paulista Gilvan de Assis, coordenador de Defesa Civil na cidade. 

O diário de SP informa que a Anglo ainda não sabe o que levou ao rompimento. A aposta é num defeito de fabricação dos dutos, já que as trincas, nos dois casos, apareceram na solda longitudinal, ou seja, na junção das duas pontas de uma chapa para que se torne um tubo.

Os dois dutos também pertenciam ao mesmo lote e estavam logo na saída de uma estação de bombas, onde a pressão no mineroduto é elevada. No momento do rompimento, porém, a pressão era de 180kgf/cm³, abaixo do limite de 210kgf/cm³.

Presidente da Anglo no Brasil, Ruben Fernandes não quis revelar ao jornal o nome do fabricante responsável pelos tubos com defeito, mas disse à Folha de São Paulo que apenas 2% do mineroduto foram confeccionados por essa empresa e que a extensão do lote é menor ainda. 

Neste mês de maio, continua a Folha de São Paulo, uma máquina chamada PIG (medidor de integridade do duto, na sigla em inglês) vai percorrer a tubulação por dentro, enviando uma massa de dados que, após análise, aponta defeitos como corrosão ou perda de espessura.

 

error: Conteúdo Protegido