A Feira Mineira de Suinocultura (Suinfest) será aberta, neste 6/7, com luto expresso dos organizadores, dirigentes da Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga/Assuvap e da Cooperativa dos Suinocultores de Ponte Nova e Região/Coosuiponte.
Morreu na tarde de 30/6, aos 96 anos, Hamilton Moreira Leite, presidente de honra da Assuvap (pai dos associados/cooperados Afrânio, José Ricardo e João Carlos Bretas Leite), considerado o pioneiro do setor suinícola no Vale do Piranga. Seu corpo está sendo velado na capela-velório da Funerária Santa Casa, anexa ao Cemitério do Centro Histórico, com sepultamento ocorrido às 15h de sexta-feira, 1°/7.
Hamilton, ou Di Leite, é natural de Santo Antônio do Grama e, em meados do século passado, construiu os primeiros galpões de alvenaria para engorda de até 300 leitões na Fazenda Água Limpa, em Jequeri. Conforme reportagem da revista Globo Rural arquivada no portal do Frigorífico Saudali, ele aperfeiçoou os sistemas de manejo e criação então vigentes, abrindo caminho para a tecnificação das granjas da região.
A Água Limpa foi adquirida em 1943. Lá, Di Leite plantava e colhia café, além de milho, arroz, feijão e cana-de-açúcar, enquanto, aos poucos, introduzia suínos e algumas cabeças de gado de corte. No final dos anos 1950, a família foi crescendo, e a fazenda também. Seu Di Leite comprava leitões, engordava-os e os vendia em feiras livres.
Na metade dos anos 1960, Di Leite passou a investir prioritariamente em suinocultura. Começou a testar rações balanceadas (usava muito milho, farelo de babaçu e abóbora, por exemplo) e selecionar animais, buscando cevados com menos gordura e carne mais magra.
Nos primeiros anos, sua equipe cruzou leitões "piau" com os "duroc". Depois, houve avanço em outras raças ("landrace", "pietrain" e "large white"), e, a partir de 1975, com a eletrificação da estrutura da granja e a viabilização de novidades tecnológicas, sucederam-se as linhagens de suínos desenvolvidas pela engenharia genética.
Foi o começo do fim do porco "tipo banha", substituído pelo chamado "porco light", como registrou a revista. Hoje a família administra três granjas suinícolas e altamente tecnificadas e uma fábrica de ração.