Analistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) afirmaram à TV Globo, em 15/4 (sexta-feira), que há risco de rompimento na Usina Hidrelétrica/UHE Risoleta Neves (Candonga), paralisada desde 5/11/2015, data do desastre ambiental do rompimento da barragem de rejeitos de Fundão/Mariana.
De acordo com os técnicos (citados também no Portal G1), 10 milhões de metros cúbicos/m3 de rejeitos (para a Samarco são 500 mil m3) estão apoiados na estrutura da usina, que fica no rio Doce, entre os municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado.
Ainda em 15/4, o pessoal do Ibama e da Secretaria/MG de Meio Ambiente apresentou o resultado de vistoria de 5 dias nas áreas afetadas pelo rompimento. Eles percorreram 100km, a partir da Barragem de Fundão, e apontaram quadro de insegurança e o “não funcionamento” dos 3 diques de contenção construídos pela Samarco.
Detendo-se em oito pontos dos 700 hectares de vegetação replantados até agora, os técnicos disseram que encontraram erosões em todos os locais. Em caso de chuva, conforme os especialistas, a erosão facilita a chegada de sedimentos aos rios.
Ainda segundo o Ibama, a Samarco identificou 68 afluentes afetados pela onda de rejeitos, mas este número pode ser maior, o que requer novo mapeamento, sendo que 15 outros afluentes não estão sendo recuperados.
Negando o risco
À TV Globo e ao Portal G1, a Samarco informou que suas estruturas de barragem e de diques “estão estáveis”. Conforme a nota, a mineradora desconhece que exista risco de rompimento em Candonga e que está tomando todas as providências para realizar a dragagem na usina.
No seu portal, a empresa informou, na semana passada, o início dos trabalhos pró-dragagem de sedimentos do reservatório UHE de Candonga. “Só depois deste serviço, será retomada a geração de energia”, informa a nota. Noutro informe, este na Imprensa estadual, a mineradora acena com a eficácia dos diques de contenção do minério, que até hoje escoa para o rio Doce.
Há, segundo o informe, “redução da turbidez da água” e planejam-se novas estruturas para diminuir a concentração de sedimentos. Os técnicos da Samarco acrescentaram que, nas áreas marginais dos rios Gualaxo e do Carmo (em Barra Longa), encaminha-se “revegetação emergencial com gramíneas (com mais de 400 hectares concluídos) nas margens.
Ainda de acordo com a Samarco, a remoção dos sedimentos na Hidrelétrica Risoleta Neves “contribuirá para a melhoria de aspectos, como cor e turbidez da água que segue pelo rio Doce”. Também está em andamento a reabertura dos canais dos pequenos afluentes dos rios Doce e Gualaxo, permitindo que a água chegue mais limpa aos rios”, informou o texto da Samarco.
Esta FOLHA tentou, sem sucesso, perante fonte na equipe da UHE de Candonga, obter informações sobre a remoção de sedimentos e os prejuízos da empresa após mais de cinco meses sem produção de energia.