O Movimento dos Atingidos por Barragens/MAB divulgou nota, nesse 15/5, acusando a Samarco de demorar na restauração do município de Barra Longa, afetado pela lama da Barragem de Fundão, que se rompeu ainda em novembro de 2015, em Mariana.
“O mar de lama atingiu cerca de 180 quintais, danificou mais de cem casas, acabou com espaços coletivos, como igrejas, praças, escolas, campos de futebol etc., e depois disso transformou a cidade num canteiro de obras. Desde então os moradores convivem com poeira e doenças, além do mau cheiro do rejeito”, ressalta a nota.
O Movimento ainda se refere-se à montanha de rejeitos secos, depositados no antigo Parque de Exposições da cidade. Ressalta que a Prefeitura Municipal permitiu o uso do Parque de Exposição como local de depósito temporário, gerando multa de R$ 1 milhão, imposta pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/Ibama.
Segundo nota do MAB, “a mineradora resumiu-se a colocar suas consultorias do chamado ‘Diálogo Social’ para visitar as famílias, e nenhum morador teve atendimento ou acompanhamento especial em casos de doença, nenhuma indenização foi paga, sequer oferecida, e nenhum cartão-subsistência foi entregue”.
Somente depois de 18 meses – continua o MAB -, a empresa decidiu por uma proposta de transferência temporária das famílias. “Depois da nossa pressão por causa do impacto na saúde, a empresa decidiu tirar os moradores, mas não informa o que fará com os rejeitos, informa Thiago Alves, integrante da Coordenação Regional do Movimento.
Segundo ele, em semanas recentes, a Ong promove reuniões e visitas para que os moradores se organizem para garantir todos os direitos, inclusive o de saber como será o projeto do novo Parque. “A Samarco quer espalhar o rejeito e altear o campo e o Parque. Isto é o mais correto? É a solução segura para os moradores?”, pergunta Thiago.
A Samarco e a sua Fundação Renova não comentaram a notícia do MAB. Entretanto, em 16/5, a Fundação divulgou relato com balanço, no município de Barra Longa, do Programa de Recuperação das Comunidades e Infraestruturas Impactadas. Destacam-se o restabelecimento de acessos, limpeza e retirada de resíduos, entulho e detritos e reconstrução/reforma de imóveis públicos e privados.
O balanço relaciona o seguinte: reforma de 95 casas e 34 estabelecimentos comerciais; reparo e limpeza em 95 quintais/lotes e 23 propriedades rurais (e mais 18 currais); recuperação de 2.200km de estradas asfaltadas e 110km de estradas rurais; e reconstrução de três campos de futebol, uma praça, uma escola e uma capela.