Quase um ano depois da repercussão de denúncias de assédio sexual e estupro contra estudantes da Universidade Federal de Viçosa/UFV, ocorreu a demissão do professor Edson Ferreira Martins, 43 anos. A decisão saiu em portaria publicada no Diário Oficial da União de 25/7, em ato do reitor Demetrius David da Silva.
O caso tornou-se público em setembro/2022 quando 11 alunas e ex-alunas (pelo menos uma delas seria de Ponte Nova) denunciaram o servidor por abuso de poder, violência física, assédio moral, assédio sexual e estupro. Segundo relato das vítimas, o professor fazia promessas de vagas em projetos de pesquisa na Universidade para seduzi-las. Os assédios teriam começado em 2019.
O escândalo foi revelado por reportagem da revista "Veja". De acordo com a publicação, depoimentos colhidos pela Universidade basearam a representação feita ao Ministério Público Federal/MPF. Na época, acusou-se o professor de seduzir as estudantes utilizando o poder do seu cargo e da admiração gerada pela sua postura de mestre.
O outro lado
Advogada do professor Edson, Marinês Alchieri rebateu as acusações em 27/7 durante entrevista no Jornal da Rádio Montanhesa/Viçosa. Ela relatou que não há investigação no MPF, pois, ao ser notificado, este órgão informou que aguardaria a apuração interna da UFV. Ela salientou que no termo do Processo Administrativo Disciplinar/PAD não se provou crime sexual.
Marinês lamentou "vazamento ilícito" do caso em 2022 e confirmou que a demissão decorreu do ato de dois dos três professores que encaminharam o PAD, mesmo sem comprovação dos casos de assédio, "pois, de fato, eles não existiram". Em decorrência disso, o professor Edson deve agora recorrer à Justiça para defender seus direitos.