Na reunião mensal do Conselho Municipal-PN de Desenvolvimento Rural Sustentável/CMDRS, em 10/7, o presidente da Cooperativa Regional Mista dos Plantadores de Cana/Coplacan, José Maria Leal, reivindicou a criação de sistema de formação do preço do leite.
De acordo com o responsável técnico do programa Minas Leite, desenvolvido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais/Emater, o zootecnista Givanildo Júnior Medeiros de Sousa, na comercialização do leite, os produtores não têm conhecimento prévio do preço de seu produto, e ficam na mão de laticínios que estipulam o preço que querem pagar.
Givanildo atende 20 pequenos produtores pelo programa e afirma que vários estão endividados e com dificuldades para administrar o negócio. Eles têm potencial para produzir mais, só que os animais são de genética ruim e os pequenos pecuaristas não investem na produção por não saberem o quanto vão lucrar até a venda. Os produtores não conseguem gerir suas contas com essa situação, explica o zootecnista.
Ao final do debate, ficou acertado que uma comissão – a ser constituída – analisará a possível criação do sistema. Nos últimos anos, os fornecedores têm como principal cliente a unidade/PN do Laticínios Porto Alegre. Acontece que, de acordo com os dados do Boletim do Leite, elaborado na semana passada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em Minas Gerais, o valor pago aos pecuaristas de leite recuou em média 3,09% em junho tendo como referência a produção entregue em maio.
A queda é considerada atípica, uma vez que o produto está em plena entressafra e é provocada, segundo o estudo do Cepea, pela redução da margem de lucro dos laticínios, impactando os preços pagos pelo litro de leite ao longo de junho. Conforme os pesquisadores do referido Centro de Estudos, a margem de lucro dos laticínios está menor há alguns meses, em função da valorização da matéria-prima ao longo da safra, enquanto no mercado de derivados lácteos não houve reação dos preços, devido ao desaquecimento das vendas.
Para o pagamento de julho, a expectativa é de nova queda nos preços pagos aos pecuaristas.
Os dados do Cepea mostram que o preço mínimo praticado em Minas, ao longo de junho, ficou em R$ 0,77 por litro de leite. O valor médio foi de R$ 0,86, e o máximo, R$ 0,93. Na média nacional, o preço bruto pago pelo leite ao produtor caiu 2% em junho, encerrando o período em R$ 0,856 por litro na média ponderada pelos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia. Na comparação com junho de 2011, houve queda de 5,5%, em termos reais, ou seja, considerando-se a inflação do período.