
Ponderou o vereador: “A pandemia [da Covid] intensificou este processo e eu me pergunto: – Estamos de fato executando políticas públicas e sociais voltadas para a saúde mental? – Que investimento em prevenção de saúde mental através dos dispositivos públicos temos feito? – Precisamos mapear a situação do nosso povo para que possamos propor ações que ataquem diretamente o problema da nossa população.”
Continuou ele: “Devemos mapear quais bairros apresentam adoecimentos mentais, sintomas de ansiedade, depressão, uso de substâncias, para que as ações sejam assertivas. Sem mapeamento, será andar no escuro. Reconheço os esforços dos profissionais do CAPS, mas precisamos de ações preventivas, e não apenas curativas.”
A despeito de haver lei aprovada na Câmara para “pensarmos e executarmos ações neste sentido, efetivamente pouca coisa tem sido feita”, avaliou Gomides, propondo discussão de “projeto de ação que envolva prevenção e apoio, parcerias com instituições de ensino e profissionais voluntários, criando inclusive postos e pontos de atendimento presencial e remoto, além de espaço de valorização da vida”.
O vereador reconhece que há iniciativas municipais no esporte, no lazer e principalmente na cultura, sendo este “um caminho importante para cuidarmos da saúde mental da população”, mas ele defende a intensificação de ações “nas áreas que mais sofrem com o adoecimento”.
Neste aspecto, o vereador Wagner Gomides defende geração de empregos, capacitação técnica, política de desenvolvimento para o trabalho e diminuição da desigualdade social. Inquiriu ele: “Se estamos fazendo tudo isso, estamos atingindo todos aqueles que precisam?” Ele suspeita de que dará “uma falsa sensação de segurança” a proposta – feita na Câmara – de colocação de grades nas pontes para inibir o suicídio.
Segundo o vereador do PV, o Poder Público deve focar “nas diretrizes que possam captar todos aqueles que querem ajudar, e assim oferecermos um suporte mínimo àqueles que necessitam de atendimento. É preciso enxergar para além do que a aparência demonstra, pois se morre também estando vivo”.
Wagner Gomides assim conclui seu pronunciamento: “Nós, o Poder Público, podemos fazer mais, precisamos fazer mais! Este é o meu pedido de socorro em nome de quem está adoecido mentalmente em nossa cidade e não consegue nem pedir socorro! Precisamos chegar até estas pessoas, antes que ocorram mais tentativas de morte [leia na página 12 de nossa edição impressa desta sexta-feira, 18/8].”