A Articulação entre a Administração Municipal de Ponte Nova e os Hospitais de Nossa Senhora das Dores/HNSD e Arnaldo Gavazza/HAG motivaram declarações de representantes das três partes em 21 e 22/3, com veemente apelo para que a população local e da região fique em casa nas próximas semanas, como forma mais eficaz de se proteger contra a infecção por coronavírus.
Entre os discursos, o mais impactante foi o do coordenador do Centro de Terapia Intensiva/CTI do Hospital Arnaldo Gavazza, Rovilson Lara. Ele avalia que, nos próximos três meses e prevalecendo a proporcionalidade de casos da doença com outras regiões do país e do mundo, os dois hospitais receberão ao menos 2,4 mil pacientes (10 % da população estimada em 20 municípios, sendo que até 300 deles (10 % desses pacientes) precisarão de internação em CTI.
“Este quadro é preocupante porque, com a ampliação anunciada (leia aqui), os hospitais contarão com 40 leitos de UTI (25 no HAG e 15 no HNSD)”, alertou Rovilson. Conforme o seu raciocínio, se a população, no entanto, colaborar mantendo-se em casa, as internações podem ser espaçadas ao logo de três meses, de forma a se minimizar a sobrecarga hospitalar.
Postura similar tiveram o coordenador do CTI do HNSD, Milton Irias, e o responsável pelo Serviço de Controle de Infecção e do Núcleo de Segurança do Paciente desse hospital, Fernando Coutinho. "Dentro de 30 dias, se não houver a devida adesão popular, será o caos. Teremos mortes, mas em número suportável, se prevalecer o isolamento social”, disse Fernando.
Milton Irias salientou a parceria dos dois hospitais com a Prefeitura pontenovense. Ele frisou que, assim como no HAG, o HNSD adota protocolos internos, entre eles o da suspensão de procedimentos eletivos, para liberar leitos para os pacientes infectados pelo coronavírus. Ele ainda sublinhou a extrema dedicação dos profissionais – de todos os níveis – quem atuam nos dois hospitais.
O prefeito Wagner Mol/PSB e a secretária de Saúde, Ariadne Salomão, mediaram o encontro dos médicos, destacando o empenho municipal em minimizar o impacto da doença. Ariadne enfatizou o esforço para só encaminhar para os hospitais os pacientes comprovadamente mais graves. Ambos estiveram ainda com outros representantes das unidades hospitalares, refletindo sobre a gravidade da situação.
Falaram as gerentes de Enfermagem, Marina Borini/HAG e Gleiciane de Freitas/HNSD, as coordenadoras de Fisioterapia de CTI, Jocimar Martins/Gavazza e Tatiana Harmendani/HNSD. Todas salientaram a prioridade de pessoal e equipamentos para os casos da pandemia registrados na microrregião.