
Mesmo após a adesão de Ponte Nova à Onda Roxa do Programa Minas Consciente (leia aqui) em 6/3, permanece o estado de alerta máximo com relação à pandemia da Covid-19.
Como mostra o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde/Semsa, há registro, nas três últimas semanas, de lotação total nos leitos de CTI reservados para pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Na sexta-feira (12/3), era esta a situação: Hospital Arnaldo Gavazza/HAG – ocupação dos 14 leitos de CTI e de 42 dos 60 clínicos do Centro Covid HAG/Cisamapi; e Hospital de Nossa Senhora das Dores/HNSD – pacientes em todos os 15 leitos de CTI e em 23 dos 24 clínicos.
O Boletim Epidemiológico da Semsa mostrou, no fim da tarde desse domingo (14/3), média de 44,6 casos/dia da doença, a contar de 7/3, pois houve 312 ocorrências no período (indo de 3.318 para 3.630).
Os dados são maiores do que os da semana de 28/2 a 7/3, a qual teve 148 casos (média de 21/dia). Na semana anterior, entre 21 e 28/2, houve 130 casos (18,6/dia), enquanto em 14 e 21/2 ocorreram 78 casos (média de 11/dia).
Novos óbitos
Na semana de 7 a 14/3, houve sete óbitos no município: em 8/3, uma paciente internada no HNSD; em 9/3, um paciente internado no HAG; em 12/3, um paciente internado no HNSD; três em 13/3 (duas pessoas internadas no HAG e uma no HNSD); e nesse domingo o 75º óbito (um paciente internado no HNSD).
Entre 7 e 14/3, aumentou em 584 a quantidade de ocorrências suspeitas (indo de 9.069 para 9.653), com média de 83,4/dia. Ainda nesse período, ocorreu a cura de 194 pacientes ou 27,7/dia.
Informe municipal
Érika Aparecida de Oliveira, assessora executiva de Saúde e secretária-adjunta da Semsa, falou a Afonso Vitulo/Rádio Ponte Nova, em 14/3, na condição de integrante do Comitê Técnico de Enfrentamento da Covid/19. Ela sublinhou que a alta taxa de ocupação de leitos provocou na semana transferência de pacientes de Ponte Nova para Caratinga e Viçosa.
“Todos os dias é uma angústia com pacientes aguardando leitos de CTI, sem previsão de liberação, sem previsão de vaga”, disse ela, referindo-se à Onda Roxa como tentativa de conter “o avanço desenfreado da contaminação e o agravamento de casos que chegam aos hospitais”.
Érika pede a compreensão da população: “Quando se fala em serviços essenciais, as pessoas devem entender como aquilo que é indispensável para sobrevivência nesses 15 dias previstos. A gente sabe que todos os segmentos são essenciais, pois é de onde muitas famílias tiram seu sustento”, disse ela para acrescentar:
“Mas, nesse momento em que a Saúde Pública vive um caos, um colapso, temos que tomar medidas que infelizmente geram discordâncias, desapontamentos.”
Érica ainda fez um alerta: “Houve mudança no comportamento do vírus. Os casos de internação são, na sua maioria, de pessoas mais jovens e da população economicamente ativa que participam de eventos, aglomerações, onde pessoas assintomáticas transmitem o vírus quase sempre entre familiares e grupos de amigos.”
Em relação à vacinação, que vem gerando críticas por parte da população, Érika destaca o “trabalho incansável para imunizar o maior número de pessoas no menor tempo possível” e pede compreensão e colaboração de todos:
“Sabemos que às vezes o local da vacinação não oferece o conforto que nossos idosos mereciam, mas precisamos imunizá-los. E aí nem sempre vamos conseguir oferecer o melhor, mas com certeza vamos estar oferecendo o necessário”.
Continua Érica: “Ponte Nova recebeu as primeiras 4.220 doses de vacina. Quando falo primeiras doses, são pessoas que a gente pode imunizar. Ponte Nova recebeu primeira e segunda dose e já vacinou 3.340 pessoas, entre profissionais de saúde e mais de 1.000 idosos acima de 80 anos.”
Já sobre a nova etapa de imunização, que vai abranger pessoas na faixa etária de 75 a 79 anos, Érika esclarece que a remessa corresponde a apenas 13% do total de idosos. Isso motivará vacinação gradativa, iniciando-se pela faixa etária de 79 anos e, caso haja imunizantes disponíveis, vacinando-se pessoas de 78 anos.
“Não podemos convocar de 75 para cima e não ter como imunizar todos. Sabemos da ansiedade de todos para a vacina, mas pedimos compreensão e colaboração. As equipes de vacinação passam por capacitação diárias e estão aptas a atender a todos”, declara ela para concluir:
“Peço que fiquem em casa pelos próximos 7 dias. Não saiam na rua sem necessidade. Respeitem o distanciamento social. Higienizem as mãos com água e sabão ou álcool 70%. Se for extremamente necessário sair de casa, usem máscara cobrindo boca e nariz. Cuidem-se e cuidem de quem vocês amam.”