A Câmara Municipal de Viçosa marcou, para as 18h desta quarta-feira (28/5), audiência pública para discutir a possibilidade de retomada de pactuação com o Hospital do Câncer de Muriaé/Fundação Cristiano Varella, em detrimento do atual vínculo viçosense e de mais 8 municípios com o Hospital de Nossa senhora das dores/HNSD, de Ponte Nova.
A iniciativa é do vereador Raphael Gustavo/PSD, sendo que o Legislativo viçosense recebeu em 19/5 comitiva do HNSD: José Bueno de Magalhães/consultor, Lucas Câmara Assumpção/superintendente-executivo, Nayara Rúbio/gerente de Oncologia, Henrique Hott/radioterapeuta, Isabella Ottoni/assessora de Comunicação e os médicos Fábio Reder/diretor do Instituto de Oncologia e Ranieri Santos/diretor-clínico do Hospital.
O vereador DJ Ronny/PSD efetuou o convite, frisando – diante de Marcos Vieira/secretário de Saúde de Viçosa – que a meta não era a de confrontar ou comparar as estruturas do HNSD e da Fundação Cristiano Varella, mas sim valorizar o atendimento humanizado e de qualidade oferecido mais perto de Viçosa.
A defesa do HNSD
Ranieri e Fábio Reder enfatizaram a complexa estrutura do Instituto de Oncologia, com seu Setor de Radioterapia inaugurado em julho de 2021. Citaram a compra de acelerador linear, equipamento europeu de alta tecnologia que possibilita tratamentos precisos”, como constou em nota da Câmara viçosense.
Bueno ratificou informe sobre a estrutura do HNSD e anunciou investimento de cerca de R$ 15 milhões em equipamentos de ressonância magnética [a ser inaugurada em curto prazo], medicina nuclear, tomografia e bloco cirúrgico. Segundo a nota, ele afirmou que se pretende manter parceria com a Microrregião de Viçosa.
Segundo Magalhães, na semana anterior houve reunião com lideranças políticas que poderiam contribuir para viabilizar investimento no viçosense Hospital São Sebastião, o qual contará com um “braço oncológico”. Já existe estrutura adequada e agora precisamos seguir os trâmites legais para credenciar o serviço”, afirmou José Bueno parta acrescentar:
“O credenciamento deve ocorrer em cerca de seis meses, devido aos trâmites necessários junto às Comissões Intergestoras Bipartites Microrregional, Macrorregional e Estadual. A porta de entrada para o serviço continuará sendo o Nossa Senhora das Dores, com as consultas iniciais, exames e cirurgias oncológicas. Caso haja indicação de quimioterapia, os pacientes poderão ser tratados em Viçosa, o que deve representar um avanço importante na qualidade de vida deles.”
Demora e explicações
Marcos Vieira citou a demora de cerca de 10 dias – creditada à burocracia – para a primeira consulta de pacientes de Viçosa no HNSD. José Bueno esclareceu que a informatização depende da Comissão/PN de Oncologia e da Secretaria de Saúde de Ponte Nova, mas garantiu que o tema “já está em tratativas para ser solucionado”.
Já o vereador Marco Cardoso (PRD) reconheceu que Viçosa enfrenta um cenário crítico com seus hospitais sob intervenção e defendeu que a cidade tem muito a aprender com o modelo de gestão de Ponte Nova. Ele pediu que as disputas políticas não interfiram nas decisões sobre o tratamento oncológico e que o foco seja o bem-estar dos pacientes.
José Bueno afirmou que não há fila para tratamento oncológico, mas sim o agendamento dentro do prazo estipulado pelo Ministério da Saúde. Segundo ele, em abril todos os pacientes iniciaram tratamento em até 27 dias após o diagnóstico. Ele destacou que a estrutura do HNSD comporta o atendimento das Microrregiões de Viçosa e Ponte Nova.
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