Nesta segunda-feira (23/1), leitores desta FOLHA continuam telefonando para reclamar da falta da vacina contra a febre amarela nos Postos de Saúde de Ponte Nova.
Como nossa reportagem já informou neste site, novas doses devem chegar provavelmente nesta quarta-feira (25/1). A informação de 18/1 é da enfermeira Dádiva Raquel Rodrigues, do Setor de Epidemiologia da Superintendência Regional de Saúde/SRS. As doses acabaram ainda em 17/1, e no dia seguinte os Postos de Saúde, como o PAM/Esplanada, exibiam cartazes (foto).
Segundo Dádiva, desde 17/1, começaram a acabar os estoques de vacina na grande maioria das 29 cidades da área de abrangência da SRS. A exceção fica para Raul Soares, onde se efetivava "bloqueio" contra a doença, considerando a proximidade de área rural raulsoarense com municípios onde já se detectou contaminação humana.
A esta FOLHA, a coordenadora de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde/Semsa, Thiany Silva Oliveira, reforçou em 19/1 que a população de Ponte Nova e região não precisa alarmar-se quanto à possibilidade de contaminação pela febre amarela, “já que não há indícios da doença em nossa região”.
Conforme Thiany, é de responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde/SES o fornecimento das vacinas: “Nós já pedimos a reposição das doses, e agora cabe ao Estado este fornecimento. Em momento algum, foi falado que não há vacina: o Estado apenas está readequando o direcionamento das doses”, disse ela.
O alarme da população deve-se a seguidas notícias da avanço da doença no Leste de Minas. Um exemplo: em 20/1, um homem de 33 anos, de Ibatiba/ES, morreu com suspeita de febre amarela. Ele estava internado no Hospital César Leite, em Manhuaçu.
O Hospital César Leite informou que tinha, naquela data, 16 pacientes internados com suspeita da febre, oriundos destas cidades: Ipanema (3), Simonésia (4), Manhuaçu (2), Santana do Manhuaçu (2), Caputira (1), Lajinha (1), Mutum (1), São José do Mantimento (1) e Pocrane (1).
Em Minas, nos primeiros 19 dias de 2017, foram notificados 206 casos suspeitos de febre amarela, sendo 34 casos confirmados.
Foram considerados casos confirmados aqueles que apresentaram: exame laboratorial detectável para febre amarela, exame laboratorial não detectável para dengue, histórico vacinal (não vacinado/vacinação ignorada), sinais e sintomas compatíveis com a definição de caso e exames complementares que caracterizam disfunção renal/hepática.
Em relação às mortes, há 54 óbitos suspeitos de febre amarela. Destes, 23 óbitos foram confirmados. Essas mortes ocorreram nos municípios de Ladainha (7), Piedade de Caratinga (2), Ipanema (3), Malacacheta (2), Imbé de Minas (1), São Sebastião do Maranhão (2), Frei Gaspar (1), Itambacuri (2), Poté (1), Setubinha (1) e Teófilo Otoni (1).