O pontenovense Reinaldo de Souza Itaborahy esteve entre os primeiros profissionais de saúde a receber a vacina Coronavac em 22/1, na cidade de Vassouras/RJ. Ele é filho dos saudosos Tiago Petronílio Itaborahy (foi farmacêutico e vereador em Ponte Nova) e Aurita de Souza Itaborahy, ambos oriundos da comunidade de Ana Florência.
A convite desta FOLHA, Reinaldo escreveu o texto a seguir:
“Trabalho há 16 anos na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário de Vassouras/RJ, onde hoje sou coordenador do Serviço de Fisioterapia. No início do ano de 2020, minha rotina de trabalho foi atropelada pela pandemia Covid-19. Repentinamente tivemos que nos adaptar a esta triste realidade e pouco sabíamos sobre esse novo vírus. Tratamentos empíricos e inconclusivos nos rodeavam na busca de algo que salvasse a vida de nossos pacientes.
Assim, nessa luta incessante e desleal, perdemos muitos colegas de trabalho e amigos que, na linha de frente, também atuavam pela recuperação daqueles que pareciam irrecuperáveis. Vi muitas pessoas ‘irem embora’, independentemente da idade. A doença não faz distinção de jovens ou idosos. Mas, felizmente, pude compartilhar da gratidão daqueles que conseguiram vencer a doença.
Eu tive contato com o vírus por diversas vezes. Isso acontece até hoje com todos os profissionais que estão na linha de frente. Fui infectado pela forma grave da doença, mas também consegui vencê-la, pela força de nosso bom Deus e pelos cuidados que recebi da minha tão amada esposa, Roberta, e de meus colegas de trabalho.
Passei muitos dias aprendendo a conviver com o medo e as incertezas. O desespero estampado no rosto de nossos pacientes, na busca por amparo e cuidados, era o que nos motivava a seguir em frente e não desistir. Depois de tudo que passei e venho passando, fui agraciado pela oportunidade de ser vacinado.
Senti o gosto da esperança! Pode parecer cedo, mas, com toda a certeza posso afirmar que a expectativa de novas possibilidades aflorou em meus pensamentos. Reforço aqui sobre a necessidade de que todas as pessoas sejam vacinadas. A doença ainda é impiedosa e cruel e a única forma de estarmos realmente seguros é através da vacinação.
Sigo na esperança de que todas as pessoas possam ter acesso à vacina o quanto antes. E mesmo assim, ainda não poderemos relaxar nestse momento. Precisaremos seguir com cautela. Todas as medidas preventivas devem ser priorizadas nesta reta final. Falta pouco! Previnam-se todos e façam desta atitude o reflexo da esperança pela vitória da ciência.”