O provedor do Hospital de Nossa Senhora das Dores/HNSD, Francisco Rodrigues da Cunha, e o administrador da Instituição, Cristian Tassi, participaram em 2/6, em BH, dos trabalhos da Comissão de Saúde da Assembleia de Minas. Houve audiência pública sobre a situação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais.
Durante a reunião, foram apresentadas as dificuldades de sobrevivência dos hospitais devido à defasagem na tabela do Sistema Único de Saúde/SUS que remunera serviços hospitalares. Houve debate ainda sobre a "judicialização" da saúde e seus efeitos na estrutura dos hospitais.
Concluiu-se que os hospitais filantrópicos e santas casas precisam renegociar dívidas com bancos e implantar novo modelo de financiamento do setor, com reajuste da tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), além do fim dos atrasos sucessivos no repasse de verbas públicas. Sabe-se que alguns hospitais de MG reduziram o atendimento por não conseguirem arcar com salários e custos de manutenção.
Para o vice-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais/Federassantas, Daniel Porto Soares, o que mais aflige as 350 instituições no Estado é o financiamento dos serviços, porque, de acordo com ele, de 80% a 90% dos atendimentos são feitos pelo SUS.
"Há uma dívida de R$ 70 milhões por serviços executados e não pagos até o momento pelo SUS, referentes ao período de 2011 a 2015", disse Soares. Ele explica que no ano passado houve recomposição do teto financeiro, o que amenizou a situação.
O dirigente da Federassantas aponta como saída para a crise o remodelamento do financiamento, hoje considerado inadequado para a rede hospitalar filantrópica. De acordo com Soares, o financiamento tem de ter regularização e pagamento em dia: "Atrasos de 60, 90 e até 120 dias não podem mais ocorrer." O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, Arlen Santiago/PTB, propôs aos dirigentes de hospitais filantrópicos movimento rumo a Brasília para tentar mais recursos para o setor.
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