Os dois hospitais de Ponte Nova revelaram nesta semana dificuldade para receber respiradores – equipamentos essenciais para manutenção de leitos de Unidades de Terapia Intensiva/UTI – nestes tempos de pandemia da Covid-19. O informe surgiu depois de cobrança de transparência no setor, em discurso de 29/6 feito pelo vereador Leo Moreira/Republicanos.
Em 2/7, José Maurício de Morais, administrador do Hospital de Nossa Senhora das Dores/HNSD, informou em nota que a instituição tem cinco leitos de UTI (com respiradores) para pacientes da Covid e mais 20 leitos clínicos.
“Nossos esforços para oferecer atendimento ainda mais resolutivo encontram, todavia, dificuldades, que não são só nossas, mas de todo o sistema de saúde do Brasil”, declarou ele para revelar:
“Adquirimos cinco respiradores [para dobrar o total de leitos de UTI], no valor de R$ 65.397,63 cada um, e estamos aguardando a entrega, já que com o aumento da procura surgiu a dificuldade de aquisição com pronta entrega. Os recursos decorrem de convênio firmado com a Prefeitura Ponte Nova, e os valores estão aplicados em conta própria para o pagamento no ato de entrega.”
No caso do Hospital Arnaldo Gavazza/HAG, a necessidade de ter 15 leitos de UTI [já eram 5 no início da pandemia] motivou projeto de compra de 10 respiradores, com os custos divididos entre a Prefeitura e o Empreendimento Estrela da Mata.
“Compramos 10 respiradores da empresa Dräger, com prazo de entrega de 60 dias. A empresa, no entanto, pediu desculpas por não poder honrar com o prazo de entrega, devido ao aumento da demanda e à dificuldade de importação”, revela em nota de 1°/7 a superintendente do HAG, Lucimar Fonseca.
Ela explica: "Utilizando equipamentos que já possuímos e tendo parceria com o Consórcio Intermunicipal de Saúde/Cisamapi, o qual ajudou na aquisição dos demais equipamentos, conseguimos disponibilizar, ainda em abril, 11 leitos de UTI exclusivos para pacientes da Covid."
Quanto aos leitos clínicos, “em março – com a baixa taxa de ocupação dos leitos pelo SUS – chegamos a ofertar 31 deles, exclusivos para Covid, mas com taxa de ocupação média abaixo de 10%”, relata Lucimar para acrescentar:
“Com o passar do tempo, no entanto, aqueles pacientes que deixaram de vir ao Hospital, por medo de contrair a Covid-19, tiveram suas doenças agravadas e voltaram a procurar a instituição, sendo que muitos deles retornaram em estado grave, necessitando de internação hospitalar, o que fez com que nossos leitos/SUS ficassem com taxa de ocupação acima de 80%. Assim, tivemos que reduzir a oferta de leitos/Covid para 10, hoje alocados no 4º Andar I, em espaço habitualmente reservado para clientes de convênios e particulares.”
Lucimar sublinha: “Mesmo com a redução da oferta de leitos clínicos para Covid, não houve desassistência aos pacientes da microrregião de Ponte Nova, visto que, conforme divulgado diariamente, a taxa de ocupação dos leitos exclusivos para Covid para pacientes da microrregião não ultrapassou 50%, considerando os leitos disponíveis nos dois hospitais de Ponte Nova.”
Materclínica x UPA
Sobre o investimento no prédio da antiga Materclínica, e não na sede reservada à UPA, como cobrou o vereador Leo, a superintendente do Gavazza, explica: “Pensamos na qualidade que o espaço oferece, por já possuir estrutura hospitalar, o que facilitou imensamente o trabalho de nossa equipe e trouxe agilidade na conclusão da reforma.”
Outro ponto citado por Leo diz respeito à necessidade de instalação de tanque e tubos de oxigênio como suporte aos 50 leitos. Assinala Lucimar: “Embora tenha custo elevado, esta providência se faz necessária, uma vez que a maioria dos pacientes atendidos com suspeita ou diagnóstico da Covid necessita de oxigenoterapia.”
Ela conclui garantindo: “Tudo tem sido feito com muita transparência e responsabilidade, com ajuda de vários parceiros, que se uniram ao Cisamapi, à Prefeitura, à Câmara e aos dois hospitais no combate à pandemia.”