O uso indiscriminado de medicamentos comuns, vendidos sem a necessidade de receita médica, como paracetamol, representa sérios riscos à saúde. O alerta é do presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica Regional de Minas Gerais, Breno Figueiredo Gomes. Em 6/6, reportagem da Rádio Itatiaia/BH revelou que alguns balconistas e farmacêuticos prescrevem e vendem remédios, como antibióticos, para ganhar comissão. Todo remédio tem o seu risco e não deve ser tomado sem indicação precisa, orientou o médico.
Figueiredo disse que o uso de alguns medicamentos pode mascarar sintomas de doenças mais graves. O médico reforça o alerta quando o remédio é usado para tratar problemas aparentemente simples, como nos casos de dores de cabeça. Existem algumas causas de dor de cabeça que precisam ser tratadas de maneira específica. Ou seja, você pode ter meningite, pode ter uma ruptura de aneurisma, sangramentos cerebrais que dão dor de cabeça e que precisam ser tratados de maneira diferente, explicou.
Se até os medicamentos que podem ser vendidos sem receita representam riscos, a ingestão de remédios que necessitam de prescrição médica, mas que, muitas vezes, são vendidos sem a exigência desse documento, é bem pior. Os anti-inflamatórios são exemplos. Para a gente que trabalha em hospital e com paciente em pronto-socorro, a gente vê e já viu vários casos: o uso indiscriminado de anti-inflamatórios levando à insuficiência renal, à necessidade de hemodiálise. Então, isso é fundamental… anti-inflamatório tem que ser prescrito e com orientação, alertou Figueiredo.
Populares entrevistados pela reportagem da Itatiaia confirmaram que a indicação e a venda de medicamentos por balconistas e farmacêuticos são comuns. Eles até indicam, mas a culpa geralmente é nossa, porque a gente chega e pergunta … e eles falam se é bom. A culpa não é só deles, disse uma entrevistada, que se identificou como Karina. Os entrevistados também disseram que é normal as farmácias fazerem promoção de medicamentos, estratégia que é proibida.