Ocorreu em 18/4/2016 o primeiro caso de morte decorrente do vírus da gripe Influenza A (H1NI). Trata-se de menina de um ano e quatro meses, internada no Hospital Arnaldo Gavazza/HAG dois dias antes. A reportagem desta FOLHA apurou o caso em nota de 17/8 da Assessoria de Comunicação da Prefeitura, relatando que em 28/7 chegou o laudo efetuado em laboratório da Fundação Ezequiel Dias/Funed, em BH.
Na Superintendência Regional de Saúde/SRE, a coordenadora de Vigilância em Saúde, Mônica de Sena Fernandes Cunha, confirmou o caso, acrescentando que neste ano, na área de abrangência da SRE, ocorreram três óbitos em 27 notificações. Os outros dois são de Viçosa: um decorrente da H1N1 e outro ligado à “síndrome respiratória aguda”. Mônica acrescentou que em 2015, na área da Superintendência, ocorreram dez notificações da gripe e cinco óbitos: Viçosa/2, Barra Longa/1 e Matipó/2.
Protesto da avó
Esta FOLHA localizou, no bairro Primeiro de Maio, E.A.C.O., mãe da menina que morreu em 18/4/2016. Ela não quis falar sobre o assunto, mas R.N.B., avó da criança, considera “mentira” o relato da morte pela gripe H1N1: “O bebê veio a óbito por pneumonia, e há indícios de falha médica no atendimento hospitalar.”
R.N.B. contou que em 13/4 o pediatra Célio Luiz Fernandes atendeu a menina no Gavazza e ele descartou alerta da avó sobre indícios de pneumonia. Medicada e liberada, a menina foi levada de volta ao HAG dois dias depois, sendo que a médica de plantão – Anelise Piuzana Cotta Miranda Chaves – “constatou pneumonia, e não um caso de gripe”.
A avó acrescentou que em 16/4 a criança foi para o CTI “em estado grave”, vindo a óbito em 18/4. De fato, a certidão de óbito, datada de 25/4 e liberada pelo Cartório de Registro Civil do Segundo Subdistrito de Ponte Nova, declara como causa da morte “um choque séptico-foco pulmonar” e ocorrência de “síndrome da angústia respiratória aguda”.
Ida à Justiça
“Se eles tivessem medicado minha neta a tempo, ela não teria morrido”, declara a avó, revelando que “o caso já está na Justiça”. Efetivamente, esta FOLHA constatou, no Diário Eletrônico do Tribunal de Justiça, que E.A.C.O. cobra indenização moral de R$ 880 mil do Hospital e do pediatra Célio, a título de suposto “erro médico”.
Em 17/8, Célio e a superintendente do HAG, Lucimar Oliveira Fonseca, informaram à nossa reportagem que ainda não foram notificados da ação proposta pelo advogado Marcelino Acipreste.