No final da tarde dessa quinta-feira (18/7), o Conselho de Sentença da Justiça Criminal da Comarca de Ponte Nova concluiu pela ausência de provas contra três dos quatro acusados de matarem, a golpes de foice, Valdinei Marcos de Brito. O crime ocorreu em 31/12/2014, na Fazenda Laranjal, no povoado de Taboões, em Barra Longa.
O juiz José Afonso Neto/2ª Vara Criminal/Ponte Nova, ao fim da sessão do Tribunal do Júri/foto, deliberou pela absolvição de Adair Valeriano Jaques, Gilson da Silva de Freitas e Ângela Maria Felix.
Já no caso do réu Mário Frederico Gonçalves, acusado de ter iniciado a execução de Valdinei, o processo foi desmembrado e terá continuidade em nova sessão do Júri Popular.
Sustentando o argumento de negativa de autoria, atuaram na defesa dos réus os advogados Bruno Menezes, Viviane Pâmela Romano e Wener Geraldo Carneiro Alvim.
Conforme a denúncia, “os denunciados eram sujeitos conhecidos na prática de crimes de furto e roubo de gado em fazendas próximas, e a vítima sabia disso [e falou sobre o assunto para terceiros], além de presenciar o furto de uma rês de propriedade de Francisco Ferreira dos Santos, praticado por Mário, Ângela e um terceiro não identificado”.
Ainda segundo a acusação, “no intuito de ocultar a autoria dos delitos, os indiciados foram à casa de Valdinei para ceifar sua vida, de posse de uma foice pertencente a Mário”.
Informou-se, no processo, que o grupo aguardou Valdinei concluir o jantar e, perto da casa, o cercaram. Adair então determinou que a vítima corresse, mas, com a sua negativa, desferiu golpes contra os braços de Valdinei.
Ainda conforme o relato processual, Valdinei caiu no chão, “e os demais denunciados desfeririam outros golpes de foice na cabeça, pescoço, braços e pernas”. Ao final, a vítima, “que teve morte lenta e brutal”, foi decapitada e teve decepados os membros superiores, como constou no laudo de necropsia.
“Ângela procedeu às buscas no corpo e recolheu o celular. Depois disso, os denunciados arrastaram o corpo e a cabeça da vítima até as margens da estrada próxima da casa”, como constou na peça de acusação.
Ainda conforme a denúncia, usando uma enxada, Adair e Gilson removeram a terra com marcas de sangue e colocaram tudo num saco. Este saco – contendo pedras e a enxada – foi jogado num lago perto do curral da fazenda.
Narrou ainda a acusação que os denunciados saíram do local e, num local usado para abater gado por eles furtado, cravaram a foice numa árvore, próximo da ossada do gado furtado na propriedade de Francisco Ferreira dos Santos.
Ao longo da investigação, o celular foi apreendido, e nele a Perícia da Polícia Civil encontrou diálogo no qual Mário contou para Valdinei a quantidade de animais abatidos pelo grupo, como constou na peça de acusação.
Na acusação do caso, atuou a promotora Cyntia Campos, e – como é de praxe – ela deve recorrer da decisão judicial.