A Justiça Criminal julgou em 2/12 Wanderson Luiz Januário (Biju), acusado de tentativa de homicídio contra Bruno Leite Soares, num crime de 15/5/2004, na praça do bairro Triângulo.
A pena é de oito anos de reclusão, pois o denunciado "ostenta múltiplas condenações criminais já transitadas em julgado", como assinalou o juiz Felipe Vieira Rodrigues, da 2ª Vara Criminal. Ela deliberou depois que o Conselho de Sentença concluiu pela culpa de Biju.
Esta FOLHA informou em 22/7/2004 que Bruno recebeu tiros no tórax e no abdômen, disparados por rapaz (posteriormente identificado como Biju) que fugiu num táxi parado ali perto, à sua espera, com um comparsa ao lado do motorista.
A Polícia apurou em seguida que Bruno e Biju tinham rixa por causa de "brigas de gangues". Ainda informou-se que tempos antes, ao cumprir pena por furto na Cadeia/Ponte Nova, Bruno foi transferido para a Cadeia de Jequeri, tendo em vista que estava "jurado de morte" no embate de grupos rivais.
Também apurou-se que – enquanto Bruno era socorrido no Hospital Arnaldo Gavazza, de onde teve alta tempos depois – o atirador e um comparsa obrigaram o taxista a dirigir até Oratórios, onde o veículo ficou sem combustível numa estrada rural.
Ali a dupla tomou de assalto um Passat cujo condutor teve que dirigir pela estrada de terra (via Passa-Cinco) rumo a Ponte Nova. Em certo ponto, temendo por sua vida, o condutor jogou o carro contra um barranco e escapou pelo mato, deixando a dupla no veículo.
Nas investigações do crime, a Polícia Civil chegou a Biju (hoje preso por outros crimes). Em Juízo, a defesa dele argumentou com a "ausência de provas" e as "contradições nos depoimentos colhidos". Em plenário, o Ministério Público postulou a condenação "nos exatos termos da denúncia".
Consta no processo que o réu, interrogado em três oportunidades, apresentou três versões diferentes, mas sempre negando a autoria do delito, Numa das versões, contudo, declarou que "agiu em legítima defesa, sacando a arma em razão de a vítima ter-lhe desferido socos e murros".
Por sua vez, a vítima, ao ser ouvida em Juízo, "confirmou em depoimento confuso os fatos narrados na denúncia, porém afirma que Biju não foi o autor do crime", com ele apontando outro homem, que teria o mesmo apelido.