A Polícia Civil de Ponte Nova investiga, nesta semana, suposto caso de estelionato relatado pela PM em ocorrência das 12h de 14/3 (sábado), na rua Santo Antônio/bairro de mesmo nome, onde moram os dois envolvidos.
Segundo a PM, o motoboy V.M.P., 29 anos, acusou a cliente J.M.A., 40, de efetuar diversas despesas com o seu cartão de crédito. Note-se que em dez/2019 a mulher alegou furto do cartão dela e obteve o do motoboy supostamente para comprar remédios para um tio.
V.M.P. disse que comoveu-se com a situação dela e emprestou o cartão. A partir de então, passou a receber diversas mensagens no celular informando sobre compras realizadas pela mulher em seu cartão. Apesar disso, nunca questionou tais compras.
Segundo a vítima, em data recente, J.M.A. lhe perguntou sobre algum pensionista do INSS em família para emprestar a ela R$ 6 mil. O pai de V.M.P. é aposentado, tendo conta no Bradesco. Sabendo disso, a mulher o convenceu a mudar a conta para o Banco Mercantil e nesta operação teria sacado – como empréstimo – o valor de R$ 27.000,00.
Noutra data, a mulher comprou carro na concessionária e pediu documentos de V.M.P. para registrá-lo como avalista. Ao receber a cobrança de mensalidade de R$ 1,6 mil, ele descobriu que o veículo foi adquirido em seu nome.
Perante a PM, o motoboy acrescentou outras informações: a mulher usou o cartão dele – sem autorização – para comprar celular. E ele emprestou quantias em dinheiro para ela, “mas ela sempre me enrola e não paga”, disse a vítima aos PMs.
V.M.P. repassou à PM o nome dado pela mulher – acusada de falsa identificação – e os policiais apuraram o nome real quando localizaram J.M.A. na casa dela.
Versão da mulher
De sua parte, J.M.A. contou à PM que iniciou a amizade com V.M.P. após uma corrida de motoboy e a partir daí ambos tiveram relacionamento amoroso (o que ele negou diante da PM). Ela disse que, na época, sem limite no cartão de crédito, precisou fazer uma compra na internet e V.M.P. lhe ofereceu o próprio cartão. Ela efetuou então a compra e no dia seguinte lhe pagou R$ 1.600,00.
A mulher disse que usou o cartão de V.M.P., mas pagou o valor total da fatura, incluindo despesas que não eram dela para "ajudar V.M.P., que, como ele lhe declarou, não tinha como quitar a fatura".
Ainda segundo J.M.A., partiu de V.M.P. a sugestão de uso do cartão [de produtor rural] do pai – sem este saber – para obter empréstimo de R$ 6 mil, destinado a comprar um carro, com o qual ele trabalharia no aplicativo Bizucar de transporte individual de passageiros.
Posteriormente e ainda segundo a mulher, V.M.P. convenceu o pai a obter empréstimo de R$ 13 mil, com R$ 6 mil deste total ficando para ela, enquanto o rapaz se apossou de R$ 7 mil.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, J.M.A. confirmou que realmente comprou um carro – mas pagou R$ 20 mil à vista e dividiu o restante em 48 parcelas de R$ 1.600,00 – para V.M.P. atuar no aplicativo. Ainda segundo J.M.A., ele, todavia, desistiu de tal trabalho, ficando para ela arcar com as parcelas.
Diante do boletim com as versões contraditórias e após os depoimentos do casal na Delegacia de Plantão, a Polícia Civil liberou ambos. A investigação está a cargo do delegado Breno Barbosa de Oliveira.