Delegado de Crimes contra a Vida da Polícia Civil/PN, Silvério Rocha de Aguiar concluiu nesta semana o inquérito sobre o assassinato de Paulo César Romualdo, 58 anos, ocorrido em 2/11, pouco antes das 4h, no Sítio Laje do Piranga (foto). O policial indiciou – por homicídio qualificado com emprego de fogo e meio cruel – dois adolescentes e uma jovem grávida pelo crime, no qual Paulo recebeu pedradas na cabeça e teve o corpo parcialmente queimado.
Ainda no começo da manhã de 2/11, a Polícia Militar concluiu diligências com prisão de Lorena Aparecida Costa Romualdo, 18, sobrinha da vítima e grávida de 8 meses. Houve ainda a apreensão de três adolescentes de 15, 16 e 17 anos. Ao concluir o inquérito, o delegado não indiciou o menor de 15 anos.
Na madrugada do crime, cinco militares – comandados pelo tenente Thiago Guimarães – foram ao local e chegaram aos suspeitos a partir de relato de que Paulo teria citado, em conversas, antes e durante festa de aniversário ocorrida naquela data, o envolvimento da sobrinha e dos menores no tráfico de drogas.
De acordo com o relato dos militares, Lorena (que saiu de casa levando caixa de fósforos) teria atraído o tio para a estrada, e – com a ajuda dos adolescentes – houve a execução do crime. Uma testemunha viu o menor de 17 anos saindo do mato, perto do local onde estava o corpo. Na festa, os outros menores teriam dito que "ele já está bambo, vamos pôr fogo nele”, sendo que o de 16 anos pediu – e não teve autorização – para lavar as mãos sujas de sangue.
À Polícia Militar, Lorena negou participação no crime e acrescentou que teme por sua vida, pois teria sido ameaçada pelo adolescente de 17 anos. Ela acrescenta que, ao saber da intenção dos menores, acompanhou o tio até parte do caminho para avisá-lo do risco, mas se contradisse, ao afirmar que repassou a caixa de fósforos ao menor de 15 anos.
Segundo ela, os menores tramaram o assassinato não só por causa de droga, mas porque Paulo teria acusado o trio de furto de arma de fogo na casa de policial (não identificado no relato). Já os menores negaram o assassinato alegando que Lorena lhes entregou a caixa de fósforos “para fumar”.
A conselheira tutelar Regina Coeli de Oliveira Maciel acompanhou o desfecho da ocorrência até a chegada dos responsáveis pelos adolescentes. O perito Daniel Mattos Ribeiro/Polícia Civil constatou as pancadas na cabeça de Paulo César e recolheu pedra grande com manchas de sangue. O perito informou que os adolescentes de 17 e 16 anos tinham “respingos de sangue pelo corpo”.
Lorena continua reclusa na Penitenciária/PN, enquanto os menores de 16 e 17 anos ficaram acautelados no Presídio anexo à sede da Polícia Civil e foram transferidos para outra unidade prisional (nome não divulgado). No dia do flagrante, o advogado Togo Menezes, que acompanhou o caso, disse que Lorena é apenas suspeita do crime, do qual – tem convicção – ela não participou.
"Minha cliente nega participação no crime e a versão dada no boletim da Polícia Militar”, disse Togo, que desde 5/11 requereu, em Juízo, a liberdade provisória para Lorena, num pedido que ainda não foi apreciado pela Justiça Criminal.
Togo acompanhou também o depoimento dos menores (só os de 16 e 17 anos permanecem acautelados) e aguarda o pronunciamento do Ministério Público para elaborar a defesa deles.