No topo do ranking das infrações registradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), conforme levantamento feito pela Corporação a pedido do jornal Estado de Minas, o excesso de peso e a direção sob influência de álcool trocaram de lugar em 2011 e 2012. Entram nos cálculos as ocorrências das BRs 120 (PN-Viçosa) e 262 (entre Rio Casca e Realeza).
Enquanto no ano passado dirigir embriagado liderou as estatísticas, com 746 registros, e o peso excessivo ficou em segundo, totalizando 605 ocorrências, em 2012, até 31/5, os papéis se inverteram, e as carretas e caminhões carregados com mais peso do que a legislação permite assumiram a liderança, com 309 boletins de ocorrência, enquanto o álcool combinado ao volante caiu uma posição, somando 273 autuações.
A partir do levantamento da PRF, também é possível observar como os crimes se dividem nas 18 circunscrições da Corporação no Estado. Em sete delas, predomina a direção sob efeito do álcool. Em outras cinco, o maior número de ocorrências é de veículos com carga em excesso. Para os especialistas, esse quadro representa situação crítica, que potencializa a ocorrência de desastres, bastante comuns nas rodovias federais mineiras.
O excesso de peso contribui para a deterioração do asfalto, e isso tem relação estreita com os acidentes. Se o pavimento se desgasta, a chance de termos mais buracos e depressões aumenta, o que cria condições favoráveis a batidas, diz, ao portal UaI, Paulo Rogério Monteiro, professor da PUC-Minas e mestre em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro (IME). Ele também destaca que o excesso de peso é incompatível com a atual situação das rodovias do país, muitas delas construídas há várias décadas e totalmente desatualizadas.