Os advogados José das Graças Pereira Amora, Samuel Rocha Guimarães e Soraya Brangioni Harmendani atuaram na defesa de Carlos Alexandre do Carmo da Cruz, 32, condenado por femicídio e tentativa de homicídio, e vão recorrer, perante o Tribunal de Justiça/BH, da sentença de 22 anos e 8 meses de reclusão, decretada pelo juiz José Afonso Neto, da 2ª Vara Criminal/Ponte Nova.
Carlos foi submetido ao Tribunal do Júri durante essa quinta-feira (17/5 ), em sessão realizada no plenário do Fórum de Ponte Nova. O Júri considerou o réu culpado (pena de 18 anos) pelo assassinato de sua ex-esposa, Patrícia Riqueira Roberto da Cruz, 26.
Ela foi morta a tiros à 0h30 de 5/6/2017, no bairro Pacheco. Carlos ainda foi condenado (pena de 4 anos e 8 meses) pela tentativa de morte contra Neide de Assis Riqueira, mãe de Patrícia, a qual tentou impedir o assassinato.
A prisão deve ser cumprida inicialmente em regime fechado. A parte de acusação coube ao Ministério Público, através da promotora Cyntia Campos Giro.
Durante o depoimento de Carlos, ele chegou a dizer que ficou arrependido do crime e, na data em que o cometeu, esteve na casa da ex para tentar reatar o relacionamento.
Falando a esta FOLHA após a conclusão do julgamento, o advogado Samuel considerou que “a condenação ficou elevada, mesmo sabendo da gravidade do fato. Iremos recorrer buscando a diminuição da pena. O Corpo de Jurados, formado por cinco mulheres e dois homens, nos deu a certeza da condenação, por se tratar de crime cometido contra mulher”, disse ele.
Mãe da vítima
Neide testemunhou, logo pela manhã, usando camiseta com a foto da filha. Emocionada, ela disse acreditar na Justiça e que Carlos Alexandre “deva pegar a pena máxima”.
“Sou mãe, só eu sei o que estou passando. Ele interrompeu os sonhos da minha filha. É um buraco que não se fecha nunca. Minha filha era boa, me ajudava em tudo, era tudo pra mim, nunca esperava essa atitude dele, e ele fez tudo de caso pensado”, declarou Neide.