Nesta semana, o advogado Eduardo Castanheira Conde Fernandes aguardava despacho da Justiça Criminal de Ponte Nova em seu requerimento de “salvo conduto” ("Habeas Corpus" preventivo) em favor de Ademilson Machado Pedro (Semente), 35 anos.
Semente é apontado pela Polícia Militar como um dos envolvidos no atentado das 18h30 de 16/8, no entroncamento da BR-120 com o acesso ao bairro das Indústrias/Ponte Nova, onde Gláuber Veridiano Camilo, 17 anos, de Viçosa morreu baleado.
Falando a esta FOLHA em 4/9, Eduardo ratificou seu pedido de HC argumentando que, na hora do crime, Semente estava na casa de colega no bairro São Pedro.
Para o advogado, na cena do crime só havia duas pessoas: Gláuber e Wemerson Douglas Custódio Brum (Gu), 23, baleado (e preso) pelos militares quando estava dentro do carro pertencente a Semente. Na versão da PM (investigada pela PC), Semente escapou a pé do cerco policial.
O HC preventivo tem o objetivo de garantir a liberdade de Semente no caso de o delegado Wallace Drey Soares requerer, em Juízo, a prisão do rapaz, que não foi encontrado pela PM ou a PC nos dias seguintes ao crime.
A esta FOLHA, Wallace disse que não comentará o inquérito para preservar as investigações.
Relembre o caso
A Polícia Militar divulgou balanço do caso com estas referências:
– O viçosense Gláuber tentou furtar uma moto no bairro Cidade Nova/Ponte Nova, e, a bordo do Palio Weekend IAO-1799, Semente e Gu perseguiram o menor – que fugia a pé -, baleando-o já na BR-120.
– Neste momento, três PMs cumpriam rotina de motopatrulha no trecho e, deparando com o carro, esquivaram-se de tiros e revidaram acertando o rosto de Gu.
– Conforme o boletim de ocorrência, Semente desembarcou e fugiu por um matagal.
– Ao socorrer o ferido, os militares apreenderam no carro pistola municiada (semiautomática calibre 45) e carregador também municiado.
– Gu ficou internado no Hospital Arnaldo Gavazza sob escolta prisional. Repassando aos militares a motivação dos tiros no menor e assumindo a posse da arma e das munições, ele acabou autuado pela participação na morte do menor e nos tiros contra os PMs.
Comandante da PM/PN, major Jayme Alves da Silva considera que os militares (nomes preservados) agiram em legítima defesa. Para o delegado Wallace, os militares agiram de forma correta.