Sílvio Inácio da Silva, 36 anos, trabalhava como "chapa" no ponto em frente à Fábrica de Papel, na rua Felisberto Leopoldo/bairro Santa Tereza. Ele foi assassinado a tiros, perto dali, na rua Pedro Nunes Pinheiro/Vila Oliveira, às 21h desse sábado (25/5).
Conforme relato da Polícia Militar, ele caminhava com sua esposa, A.D.V., 34, e uma filha, quando, nas imediações da passarela sobre o ribeirão Vau-Açu, surgiram dois indivíduos que desferiram pelo menos oito tiros de revólver.
A bordo de viatura policial, Sílvio foi levado para o Hospital Arnaldo Gavazza, onde ocorreu o óbito logo no início do atendimento no Pronto-Socorro. A PM concluiu o boletim de ocorrência com os nomes de dois suspeitos: Luccas Ribeiro (Dentinho), 20, da Vila Oliveira, e um adolescente de 17 anos.
De acordo com a PM, durante o atendimento da ocorrência, A.D.V. e sua filha estavam muito nervosas e apresentaram algumas divergências em suas versões. No primeiro contato, A.D.V. relatou que Sílvio não tinha desavença com terceiros e há muito tempo trabalha no referido "ponto de chapa".
Na sequência, as duas contaram o seguinte: há cerca de uma semana, em trilha de acesso à Vila Oliveira, Dentinho teria "passado a mão" numa filha de Sílvio. E, dias depois, Sílvio e Dentinho discutiram por conta desse episódio.
A PM recebeu outra informação: horas antes do atentado, Sílvio teria brigado com Dentinho, o adolescente e um outro rapaz (identificado por apelido), no "ponto de chapa", pois os três citados queriam usar o local como ponto de tráfico de droga.
Conforme relato da esposa e da filha, algum tempo depois, já em casa, Sílvio lembrou que havia esquecido no "ponto de chapa" alguns salgados que havia recebido para seus filhos e, já com receio da briga anterior, chamou A.D.V. e filha para descerem com ele.
Ainda segundo o relato delas, quando chegaram ao local, passaram por Dentinho e o terceiro rapaz identificado por apelido (sentados normalmente num tronco de arvore, numa passagem já próxima da ponte). E aí, Sílvio seguiu sozinho e atravessou a ponte até o "ponto de chapa". A.D.V. e sua filha pararam então e perguntaram a Dentinho o motivo de ter brigado com Sílvio momentos antes. Dentinho respondeu que não brigou com ninguém e iria matar o Sílvio.
Neste momento, elas perceberam que o rapaz havia ido até um matagal em frente à passagem da ponte e Dentinho foi até seu encontro, retornando já com arma na mão. Em seguida, no momento em que Sílvio já tinha acabado de atravessar a ponte foi alvejado várias vezes. A.D.V. e sua filha contam que ainda se jogaram em frente a Dentinho impedindo mais disparos e pedindo para ele não atirar de novo: Dentinho disse então que não iria atirar nelas, pois o problema dele era com Sílvio.
Dentinho e os demais citados não foram encontrados pela Polícia Militar até o fechamento da ocorrência. O local do assassinato foi isolado para os trabalhos de perícia técnica. A.D.V. e sua filha também prestaram depoimento na Delegacia.