Uma ocorrência de trânsito em Matipó teve desfecho trágico na noite desse 24/2 (sábado). Para se defender durante discussão sobre prisão de um rapaz, um policial militar atirou e acabou matando o pai do detido.
A história começou na av. Salvador Sabino, no Centro, por volta das 23h. O motorista de um Corsa fazia manobras perigosas na via cheia de pedestres e veículos, até que em certo momento bateu na viatura da Polícia Militar (ali estacionada).
Na viatura afetada, os militares perseguiram o carro até a sua interceptação no bairro Boa Vista. O motorista, entretanto, desembarcou e correu, até ser alcançado e preso. O rapaz, 19 anos [nome não divulgado na sinopse policial], admitiu a fuga pelo fato de ser inabilitado.
Uma viatura da Polícia Militar Rodoviária que estava em Matipó foi ao local em apoio. Comandante da 272ª Companhia de Polícia Militar, capitão Túlio contou que o rapaz foi preso por direção perigosa.
Todavia, enquanto o guincho fazia a remoção do veículo, os pais do rapaz [também com nomes omitidos na nota policial] chegaram de carro. O pai, 58, “estava bastante transtornado, gesticulava muito, dizia que seu filho não é infrator e tentou retirá-lo da viatura”, como informou a PM.
Os militares argumentaram bastante com o homem, que portava faca na cintura. Ao tentar desarmá-lo, a esposa, 59 [não identificada na notícia], foi agredida pelo marido, que ainda tentou esfaqueá-la, como acrescentou o informe.
Quando um policial [nome omitido no relato] tentou desarmar o agressor com uso de tonfa (um tipo de cassetete), este tentou golpear o militar com a faca. Nesse momento, o PM atirou contra o oponente, acertando-o na altura da bacia. “O senhor foi socorrido, mas faleceu”, informou o boletim.
Foram adotadas providências com relação ao militar que atirou e ao jovem da direção perigosa. Testemunhas estão sendo ouvidas pela PM.
Segundo o capitão, o policial atirador ficou detido e na Justiça local foi liberado, “devido à confirmação de que ele agiu no cumprimento do dever e em legítima defesa”.
O comandante lamentou o desfecho por conta do “destempero do pai”, numa ocorrência em que o filho – ouvido na Delegacia de Polícia – ganhou a condição de responder ao inquérito em liberdade.
“Esse senhor veio a perder a vida por ter ameaçado a vida do militar. O policial se defendeu, e isso é legal, é justo, é legítimo, ainda mais que ele tentou usar instrumento de menor potencial ofensivo antes de ter que recorrer ao revólver para proteção da própria vida”, afirmou o capitão Túlio.