Na tarde desse domingo (5/12), manifestação pública pelas ruas de Piedade de Ponte Nova cobrou urgência no esclarecimento das circunstâncias do feminicídio – a pauladas – de Fabiana Brum Valadares, 34 anos, no fim da noite de 28/11. O crime repercutiu bastante na cidade e na região.
O assassino, Fabrício Márcio de Oliveira, 26, entregou-se à Policia em 1°/12, ao lado de sua advogada e, por força de mandado judicial de prisão preventiva, está recluso na Penitenciária de Ponte Nova. Cerca de 40 manifestantes piedadenses – mulheres, na maioria – saíram a pé com escolta da Polícia Militar, desde o local do crime, concentrando-se diante da Igreja Matriz da cidade.
O cortejo esteve acompanhado por diversos veículos, com palavras de ordem contra a violência doméstica, portando balões brancos e cartazes de luto com fotos de Fabiana. Entre as frases estampadas, destacamos estas:
– Queremos Justiça! Basta de feminicídio! Basta por ela, por mim, por todas nós! Omissão de socorro também mata! Basta de violência contra as mulheres! Amor não causa dor! Quem ama não mata! Basta de violência contra as mulheres!
Uma das organizadoras é a assistente social Iramise Arruda. Segundo ela, a meta foi chamar a atenção da comunidade para o crime e a realidade que ameaçam as mulheres. "Vamos acompanhar o inquérito e ver o que podemos fazer para orientar as pessoas para não deixarem de denunciar qualquer forma de violência para prevenir mais mortes", disse ela, lembrando que a Prefeitura já mantém campanhas periódicas.
Os investigadores Marcelo, Rivaildo e Rogério cumpriram o mandado de prisão de Fabrício quando este se apresentou diante da delegada Fabrícia Norinha. Esta disse que encaminhará as investigações e perícias para compreender a dinâmica do crime. Deve ocorrer ainda a reconstituição do crime.
Advogada informa
Sabe-se que, em levantamento da PM e da Polícia Civil, não se encontraram registros de violência contra a vítima nem existem outros casos criminais em que o rapaz estivesse envolvido.
"Meu cliente está arrependido e sabe que nada justifica o que fez num momento de desespero! Temos duas testemunhas da cena do crime", declarou a advogada Gabriela Paixão Sant'Anna. Ela revelou que, ainda em 30/11, Fabrício apresentou-se, mas na Delegacia de Viçosa, sendo orientado a se encaminhar à Polícia Civil de Jequeri.
Gabriela disse a esta FOLHA que só deve requerer a liberdade dele com o inquérito policial civil em fase de conclusão e preserva detalhes da sua linha de defesa para não "contaminar" o inquérito.