Denilson Paulino de Castro, 39 anos, paulista de Ribeirão Preto, era o condutor do caminhão que na tarde dessa sexta (19/5) protagonizou grave acidente no eixo Vila Lanna/bairro Santo Antônio (leia aqui). O assunto repercutiu no evento do Maio Amarelo em 20/5 (leia aqui) e nesta segunda tinha outro desdobramento: donos de veículos e imóveis afetados temem pela demora do ressarcimento de seus danos.
Esta FOLHA entrevistou Denilson quando em 20/5 ele acompanhava reparos de emergência no caminhão – já periciado pela Polícia Civil – para ser levado para uma oficina mecânica. Ele disse que em pouco mais de dez anos na estrada nunca sofreu acidente e a transportadora iniciava entendimentos com a seguradora para o custeio dos danos.
O depoimento
Ele disse que fez o trajeto Feira de Santana/BA até Ponte Nova, mas o destino era a cidade de Coimbra. E como foi o acidente?
"Eu Estava vindo devagarinho ali [pela av. Mário Martins de Freitas]. Quando cheguei logo na descida para passar pelas lombadas [na Vila Lanna], busquei o freio e não tinha nada. E o caminhão, com 13 toneladas de carga, embalou de vez. Eu vi a chegada num posto [Auto Posto Vitória] e a primeira coisa que me preocupei foi com as pessoas."
Depois de bater em veículo – e este na fachada da Oficina Belvoks, ainda na citada avenida -, o caminhão seguiu e Denílson, que nunca esteve em Ponte Nova, decidiu seguir reto [pela rua João Vidal de Carvalho/Guarapiranga]. Eis o relato dele:
"Desci aqui acho uns 300 metros na contramão. O pessoal falou que aqui esta é uma rua muito movimentada e, graças a Deus não encontrei carro nenhum. Só na hora que cheguei ao final dela, encontrei uma moto. Eu desviei dela, mas peguei uma pick-up Saveiro. Acho que foi Deus quem colocou ela ali, porque ela amorteceu a minha queda [que danificou ainda algumas motos estacionadas ali]. Se não fosse isso, eu ia parar dentro da lanchonete, onde tinha umas 10, 15 pessoas."
Ainda afetado com o acidente, Denilson contou que "passou mal" após a batida final, foi atendido por populares na lanchonete e depois levado para o Hospital Arnaldo Gavazza. "Quero agradecer ao pessoal mineiro, que mesmo com o acidente me acolheu, me tratou superbem. Até o dono da lojinha [lanchonete] me acolheu muito bem. Todo mundo me ajudou, perguntava se precisava de ajuda", continuou Denilson.
Fora da entrevista, o motorista ainda informou que no Hospital ficou preocupado com as pessoas – "não sabia se tinha ferido alguém" – e abriu mão do atendimento. Voltou ao local e e ficou no caminhão até de madrugada, quando retornou ao HAG, pois sentia fortes dores do lado esquerdo. "Mas foi só uma dor provocada pela pancada no volante e eu já estou bem", conclui ele.
Os estragos
Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o caminhão atingiu seis carros, seis motos e três imóveis:
– Veículos Uno GTH-2288, Gol PUV-0128, Palio HGZ-8068, Renault Oroch RFD-6D92,
Siena GSW-0F15 e Saveiro RNY-6J01.
– Motos Yamaha XTZ HAU-7535, Honda Bros 160 RKT-6I29, Honda Titan Mix KS HLE-1007, Honda CVG 150 Titan ESD HAZ-6344, Honda CG 150 Titan OQW-8F42 e Honda CG 160 Fan RJF-1G85.
– Fachada de oficina mecânica; portão de casa da rua João Vidal de Carvalho, nº 22; fachada de uma lanchonete; e teto – que cedeu com o impacto – no apartamento sobre a lanchonete.