Cerca de 100 policiais civis participaram da "Operação Washing" (*), deflagrada na manhã dessa quinta-feira (11/3) para cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão na Capital e nas cidades mineiras de Santa Luzia, Coronel Fabriciano, Vespasiano, Contagem, Sete Lagoas e Ponte Nova.
Em razão de investigações conduzidas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) sobre o crime de lavagem de dinheiro, a Justiça determinou aindo bloqueio de R$ 393 milhões, além de sequestro de veículos e imóveis de uma organização criminosa. Durante a ação policial, 13 pessoas foram presas, conforme divulgou a PCMG.
Segundo apontam as investigações, o grupo criminoso, comandado por duas pessoas, ocultava a movimentação do dinheiro ilícito em contas abertas por meio de empresas fictícias cadastradas em nome de laranjas.
As empresas recebiam o dinheiro em contas distintas, de forma a simular origem lícita dos valores. A Polícia acredita que essas empresas tenham movimentado R$ 761 milhões, dinheiro que seria utilizado para fomentar e financiar o tráfico de drogas em todo o país.
“Essa investigação se iniciou na cidade de Ponte Nova, quando no ano passado, numa ação conjunta entre Polícia Civil, Ministério Público e Polícia Militar, realizou-se a 'Operação Aves de Rapina', prendendo ao menos 30 pessoas por tráfico de drogas”, informou o delegado Silvério Rocha de Aguiar.
Silvério viajou da Delegacia pontenovense, ao lado do também delegado Wallace Drey Soares, para comandar as diligências de 11/3. Ambos falaram com a Imprensa ao lado de Álvaro Cássio dos Santos, coordenador de Operações da Polícia Civil/MG (veja o vídeo).
De acordo com seu relato, "na Operação de 2020 foram identificados com as pessoas presas depósitos bancários em nome de empresas sediadas em Belo Horizonte e localidades de outros Estados", explica o delegado Silvério. Ele revelou que em 11/3 houve uma prisão em Ponte Nova, com o nome sendo mantido em sigilo.
Silvério acrescentou que, a partir dos depósitos bancários, o Ministério Público requisitou investigação para apurar possível crime de lavagem de dinheiro, o que levou à identificação da organização criminosa, alvo da "Operação Washing".
De acordo com Rocha, o grupo mantinha relação com outras duas organizações, uma em Mato Grosso e outra no Nordeste do país. Nesse período, duas operações já foram deflagradas: uma pela Polícia Federal em Mato Grosso (com bloqueio de aproximadamente R$ 37 milhões); e outra pela Polícia Civil de Pernambuco (com prisões inclusive em Minas Gerais e apoio da Polícia/MG).
(*) – O nome da operação em inglês está relacionado ao fato de a expressão "lavagem de dinheiro" ter-se originado nos Estados Unidos, na década de 1920. As investigações prosseguem.